Linnpy

G
G1
5h

‘Colômbia’ vira réu como mandante das mortes de Bruno e Dom no Amazonas

‘Colômbia’ vira réu como mandante das mortes de Bruno e Dom no Amazonas
PF concluiu que homem conhecido como Colômbia mandou matar Bruno Pereira e Dom Phillips
A Justiça Federal aceitou a denúncia nesta segunda-feira (21) e tornou réu Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como "Colômbia", acusado de mandar matar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips. Os assassinatos ocorreram há três anos na Terra Indígena Vale do Javari, interior do Amazonas.
A denúncia apresentada em junho pelo Ministério Público Federal (MPF) aponta que “Colômbia” foi o mandante do crime e chefiava uma organização criminosa envolvida em pesca ilegal na região.
Segundo as investigações, ele financiava o grupo, fornecia munições, embarcações e outros materiais, além de manter contato frequente com os executores dos assassinatos.
? Participe do canal do g1 AM no WhatsApp
A juíza federal Cristina Lazzari Souza entendeu que há provas suficientes para iniciar o processo criminal, como ligações telefônicas, depoimentos, apreensões e até escutas autorizadas feitas dentro da cela da Polícia Federal.
Em nota, a defesa de "Colômbia" afirmou ter recebido com tranquilidade a denúncia e destacou que não há indícios que liguem o acusado ao crime investigado.
A defesa também classificou as alegações como especulativas e disse que não há provas de conduta ilegal por parte de Villar.
A nota acrescenta que os fatos serão esclarecidos durante o processo e que a expectativa é pela absolvição do réu.
Quem é o acusado de ser o mandante
PF conclui que 'Colômbia' mandou matar Bruno e Dom
O histórico de Rubén Villar veio à tona após os assassinatos de Bruno e Dom, quando a Polícia Federal identificou o envolvimento dele com tráfico de drogas, pesca ilegal e uso de documentos falsos. Em 1º de novembro de 2024, ele foi indiciado pela PF como mandante do crime.
Segundo a investigação, "Colômbia" forneceu cartuchos para a execução do crime, patrocinou financeiramente as atividades da organização criminosa e atuou para coordenar a ocultação dos corpos das vítimas. A Polícia Federal confirmou que os assassinatos ocorreram em retaliação à atuação de Bruno Pereira na região.
Bruno fiscalizava diversas atividades ilegais, como a pesca predatória em terras indígenas, o combate ao garimpo ilegal e a invasão de territórios indígenas. Além disso, enfrentava grupos ligados ao tráfico de drogas que operam na área, protegendo os povos indígenas isolados e suas terras.
Apesar do apelido "Colômbia", o homem é de nacionalidade peruana e foi preso em flagrante por uso de documento falso ao comparecer à sede da PF, em Tabatinga, em 8 de junho de 2022. Ele alegava não ter envolvimento com as mortes do indigenista e do jornalista.
No decorrer das investigações, as autoridades constataram que Colômbia é suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal em áreas da Terra Indígena Vale do Javari, no Amazonas, e de ter envolvimento com tráfico de drogas. A região fica na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia.
Segundo a PF, o traficante pagava despesas de pescadores que atuam ilegalmente em áreas indígenas. Quadrilhas comandadas por ele também escondiam cocaína em carregamentos de pescado, constatou a PF.
A primeira prisão dele, no entanto, durou pouco mais de 4 meses. Em outubro de 2022, a Justiça Federal do Amazonas concedeu a ele liberdade provisória, em decisão que alegava que a PF "não reuniu um único elemento de ligação dele com as mortes".
Na ocasião, Colômbia foi submetido a medidas cautelares, como o pagamento de uma fiança de R$ 15 mil, uso de tornozeleira eletrônica e proibição de moradia em Manaus.
Em dezembro daquele ano, foi novamente preso por descumprimento das condições impostas pela Justiça e conduzido a um presídio em Manaus.
Atualmente, ele está preso em um presídio de segurança máxima.
Caso Bruno e Dom: veja cronologia desde a morte das vítimas até o indiciamento do suposto mandante do assassinato
O caso
Relator da Comissão Interamericana de Direitos Humanos afirma que Brasil deve esgotar as investigações sobre a possibilidade de encontrar mandantes nos assassinatos de Dom e Bruno
Getty Images via BBC
Bruno e Dom desapareceram quando faziam uma expedição para uma investigação na Amazônia. Dom escrevia o livro "How to save the Amazon?" (Como salvar a Amazônia?). O objetivo era mostrar como povos indígenas fazem para preservar a floresta e se defender de invasores.
Na viagem de campo, os dois foram vistos pela última vez em 5 de junho de 2022, quando passavam em uma embarcação pela comunidade de São Rafael. De lá, seguiam para Atalaia do Norte.
A viagem de 72 quilômetros deveria durar apenas duas horas, mas eles nunca chegaram ao destino.
Os restos mortais dos dois foram achados em 15 de junho daquele ano. A polícia concluiu que eles foram mortos a tiros, e seus corpos corpos, esquartejados, queimados e enterrados.
Além de Colômbia, também respondem pelo crime Amarildo da Costa de Oliveira, conhecido como Pelado, Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos Santos" e Jefferson da Silva Lima, conhecido como "Pelado da Dinha".
Amarildo foi preso em flagrante em 8 de junho de 2022 por ter feito ameaças a indígenas que participavam das buscas pelos corpos e em posse de munição de uso restrito e permitido. No dia seguinte a prisão, a polícia encontrou vestígios de sangue na lancha usada por ele.
Oseney foi preso em 14 de junho do mesmo ano. Ele é irmão de Amarildo e teria o ajudado a fazer uma emboscada e cometer o crime contra as vítimas.
Jefferson foi preso no dia 18 de junho de 2022. A investigação indicou que ele teve participação direta no caso, desde a emboscada até a ocultação dos corpos.
Além deles, também foram denunciados pelo MPF os pescadores Eliclei Costa de Oliveira, Amarílio de Freitas Oliveira, Otávio da Costa de Oliveira e Edivaldo da Costa Oliveira por usarem um menor de idade para ajudar a ocultar os cadáveres de Bruno Pereira e Dom Phillips. Eles também foram denunciados pelo delito de ocultação de cadáveres.
Amarildo e Jefferson serão julgados por duplo homicídio qualificado e pela ocultação dos cadáveres das vítimas. Os dois continuam presos. Quanto a Oseney, ele aguarda a finalização do julgamento do caso em prisão domiciliar, com monitoração eletrônica.
"Colômbia" suspeito de mandar matar Bruno e Dom.
Rede Amazônica.
PF indicia 'Colômbia' como mandante das mortes de Bruno e Dom

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar