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Água sanitária, bicarbonato e vinagre: veja quais misturas são perigosas e não podem ser usadas na limpeza

Água sanitária, bicarbonato e vinagre: veja quais misturas são perigosas e não podem ser usadas na limpeza
CIATox da Unicamp registra cerca de 4 mil casos de intoxicação por produtos de limpeza
A mistura de produtos de limpeza pode até parecer uma solução fácil para deixar o banheiro limpo, tirar uma mancha de um tapete, ou até garantir que o chão fique brilhando. Entretanto, a combinação feita para deixar a limpeza mais fácil pode ser perigosa e causar implicações na sua saúde.
O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Universidade Estadual de Campinas (SP) registrou 4,6 mil casos de intoxicação com produtos de limpeza entre janeiro de 2020 e julho de 2025. Segundo o levantamento, os detergentes e sabões lideram as ocorrências, seguidos pelos alvejantes.
Para evitar riscos e garantir que a casa ficará limpa, a EPTV, afiliada TV Globo, conversou com o professor Juliano Alvez Bonacin, que leciona na no Instituto de Química da Unicamp, para entender quais são as "misturinhas perigosas" que você não deve fazer. Confira abaixo.
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Pode ou não pode?
Água sanitária com vinagre: Não pode. A mistura pode gerar gás cloro, um agente irritante para os olhos e o trato respiratório, que pode até causar desmaios.

Bicarbonato de sódio com vinagre: Não pode. A mistura gera CO2, que gera pressão e em frascos fechados pode causar uma explosão.

Bicarbonato de sódio com água: Pode. A mistura forma uma solução alcalina com uma função de limpeza.

Água sanitária com multiuso: Não pode. Apesar de não ter uma mudança de coloração, a mistura causa formação de amônia e cloroamina, que são tóxicas.
"A gente tem que tomar muito cuidado com essas misturas. O que a gente tem que fazer é usar os produtos de acordo com as recomendações do fabricante", diz o professor.
Vinagre
Reprodução/Pexels
Intoxicações
A maioria das ocorrências recebidas pelo CIATox de Campinas envolvia crianças de 1 a 4 anos, que representam 56,2% do total. Outra parcela de 21,9% incluía adultos de 20 a 59 anos, e 7,1% eram idosos acima de 60.
Camila Prado, médica toxicologista do CIATox, explica que o acesso de crianças a produtos de limpeza e a transferência da substância para uma embalagem não usual (e que pode ser confundida com um produto alimentício) são potenciais causas para as intoxicações.
"Ele [o produto] está num armário baixo e está sem proteção, ela [a criança] consegue abrir, não sabe exatamente o que é, e acaba se expondo. Outra coisa é a questão da troca de embalagem. Colocar parte do produto em uma embalagem vazia de água ou de bebida, a criança encontra a garrafa, acredita que é uma bebida e acaba ingerindo o produto", diz.
O levantamento mostra também que as exposições aconteceram, majoritariamente, por via oral – o contato por meio da boca, independentemente de ingestão –, com 84,7%, seguida pela associação de duas ou mais formas de contato. Também houve exposição:
respiratória: 173
nasal: 142
ocular: 94
cutânea: 75
otológica: 2
vaginal: 1
outros: 12
A profissional ressalta que produtos com soda caustica são os mais perigosospara a nossa saúde. "Eles tem um poder corrosivo grande, e em caso de ingestão, eles podem causar uma lesão importante no trato gastrointestinal, com sequelas".
Já com relação aos adultos, além do descuido no armazenamento, há outro fator preocupante por trás das intoxicações: a desatenção ao rótulo. Não ler as instruções pode levar a usos errados e perigosos, como a mistura entre produtos incompatíveis e a não diluição em água quando recomendado pelo fabricante.
"No cenário dos adultos, a há a questão de usar o produto de forma errada. Misturar produtos que não são compatíveis, que não devem ser misturados, isso acaba gerando um produto mais tóxico e muitas vezes provoca a formação de algum gás", explica a médica.
'Receita de vó não valeu a pena'
A empreendedora Gabriella Salles tentou potencializar o resultado da limpeza misturando cloro com limpa-pedra. No momento do contato dos dois produtos "subiu uma fumaça branca" que causou mal-estar durante todo o dia.
"Comecei a tossir, espirrei bastante, fiquei com a garganta seca. Fiquei com isso durante o dia todo e depois foi passando [...] Aquela receita de vó não valeu a pena!", relata a empreendedora.
Bruna de Paula também teve problemas com uma combinação indevida com cloro. A auxiliar administrativa manuseou a mistura em um ambiente fechado e, durante o uso, já percebeu a garganta mais seca.
"Agora ficou a experiência. Nunca misture um produto assim porque ele mata, literalmente", conclui a jovem.
Quais cuidados devo tomar
Os produtos de limpeza são soluções químicas que exigem cuidados na manipulação. O primeiro passo é ler o rótulo. Além disso, alguns cuidados simples podem evitar casos de intoxicação. Entre eles estão:
manter os produtos fora do alcance das crianças;
manter os produtos em embalagens originais;
usar conforme orientação do fabricante e diluir em água quando necessário;
não fazer misturas com outros produtos.
Quais os sinais de intoxicação e o como buscar ajuda
Ainda segundo Prado, entre os sinais de intoxicação por produtos de limpeza estão:
tosse
falta de ar
sensação de cansaço
ardor nos olhos
ardor na garganta
dor de cabeça
irritação na pele
Nessas situações é possível contatar o CIATox para receber orientações por meio do telefone (19) 3521-7555. Em casos mais graves, como na falta de ar ou irritações intensas, a recomendação é buscar uma unidade de saúde o mais rápido possível.
produtos de limpeza
Freepik
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