Justiça antecipa audiência de bancário que matou pagodeiro em São Vicente após dirigir embriagado; entenda

Adalto Mello, de 39 anos, (à esquerda) pilotava uma motocicleta e foi atingido por um carro conduzido por Thiago Arruda Campos Rosas, de 32, (à direita) em São Vicente (SP).
Redes sociais
A Justiça antecipou para 12 de agosto deste ano a continuação da audiência de instrução, debates e julgamento de Thiago Arruda Campos Rosa, o bancário acusado de dirigir embriagado, atropelar e matar o cantor de pagode Adalto Mello em São Vicente, no litoral de São Paulo. O réu responde por homicídio doloso com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
A etapa estava inicialmente marcada para abril de 2026, o que gerou críticas tanto da assistente de acusação quanto do advogado de defesa de Thiago Arruda.
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Adalto pilotava uma motocicleta quando foi atingido por Thiago Arruda na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, em 29 de dezembro. O motorista foi preso após o teste do bafômetro acusar positivo para a presença de álcool no organismo.
Primeira parte da audiência
A primeira parte da audiência ocorreu em 17 de junho deste ano no Fórum de São Vicente. O g1 apurou que, devido ao número de testemunhas, a audiência precisou ser interrompida e remarcada para outra data. Na ocasião, o juiz decidiu por dar sequência aos trabalhos no dia 28 de abril de 2026.
A assistente de acusação, Sabrina Dantas, se posicionou contra a marcação da audiência apenas para 2026. “É um caso de extrema gravidade, e não só a família, mas a sociedade espera uma resposta”. O advogado, Mario Badures, que defende Thiago Arruda também se manifestou contrário ao prazo: “É um martírio para ambos os lados”.
Nova data
O juiz Alexandre Torres de Aguiar despachou a decisão antecipando a audiência para 12 de agosto, às 14h, na última quarta-feira (16). Segundo ele, nenhuma das partes formalizou o pedido para a mudança da data.
A assistente de acusação, Sabrina Dantas, afirmou que, considerando a complexidade dos fatos e o impacto do processo, entende que a antecipação representa um avanço importante, garantindo a rapidez e efetividade na busca pela verdade.
Ela contou que, durante a primeira etapa da audiência, protestou contra a decisão do juiz para continuidade em 2026. "Acredito eu que, o juiz, somando a questão da mídia com o meu protesto, que eu já tinha feito no dia da audiência, Deus tocou o coração dele [juiz] e acabou antecipando de ofício".
Badures afirmou que ainda não foi notificado sobre a mudança das datas. Ele ressaltou que a defesa não se opõe à antecipação da audiência porque é de interesse do cliente dele a anulação da acusação de "homicídio doloso com um inexistente dolo eventual".
O que haverá na próxima audiência?
De acordo com Sabrina, testemunhas e réu serão ouvidos. A advogada citou, ainda, que o juiz poderá abrir um prazo para as sustentações finais da defesa de Thiago Arruda e do Ministério Público. "Dada a complexidade do caso, acredito que ele vai abrir prazo de cinco dias para cada um, depois ele decide se vai a júri [popular] ou não". disse.
O advogado Mario Badures afirmou que as testemunhas já ouvidas informaram que o acidente aconteceu após Thiago Arruda ter perdido o controle do veículo.
"Motivo pelo qual ocorreu a fatalidade do atropelamento de Adalto, o qual não foi quisto e sequer poderia ter nessas circunstâncias assumido Thiago Arruda o risco de produzir o resultado da morte", disse Badures.
Habeas corpus
Thiago Arruda foi preso por matar o cantor de pagode Adalto Mello atropelado em São Vicente (SP)
Redes sociais e Reprodução
O habeas corpus foi concedido pelo ministro do STF, André Mendonça, em 14 de maio, após ter sido negado por todas instâncias anteriores. Como Thiago não possui antecedentes criminais e comprovou residência fixa, ele determinou que a prisão preventiva fosse substituída por medidas cautelares.
“Mostra-se viável a aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão, previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, as quais se apresentam adequadas e suficientes às finalidades preventivas da cautelar penal, em consonância com os princípios da proporcionalidade e da excepcionalidade da prisão processual”, escreveu Mendonça.
Laudo
Um laudo do Instituto de Criminalística (IC) apontou que o bancário dirigia em uma velocidade incompatível com a permitida quando atropelou e matou o cantor. O documento foi feito com base em elementos encontrados no local do acidente.
De acordo com o laudo, os elementos encontrados no local, como a presença da lombada, orientação, intensidade dos danos veiculares e distâncias entre os vestígios, foram suficientes para que o IC considerasse a hipótese de que Thiago Arruda trafegava em velocidade incompatível com a da via, cujo limite máximo era de 50 km/h.
O Instituto de Criminalística pontuou, no entanto, que tais vestígios não eram suficientes para a avaliação da velocidade exata em que Thiago Arruda dirigia.
Quem era Adalto?
O cantor de pagode também era compositor e formado em Educação Física. Segundo apurado pelo g1, o músico era divorciado e morava com a mãe em Santos (SP). Ele deixou um filho de 10 anos, que era fruto do antigo casamento.
Adalto Mello deixou a mãe e o filho de 10 anos
Arquivo pessoal
De acordo com a mãe do cantor, Carla Vanessa De Mello Almeida, o filho começou a se apaixonar por música ainda na infância, quando aprendeu a tocar cavaco ao ver o pai com o instrumento. "Aprendeu só de olhar, não fez curso", disse Carla.
Com menos de 15 anos, ele entrou no coral de uma igreja e passou a cantar e escrever canções. Em seguida, passou a se apresentar em comércios e eventos com um grupo de pagode.
A mãe disse que o sonho dele era viver da música. "Não pelo dinheiro, sucesso, mas pelo amor que ele tinha", relatou Carla, afirmando que tinha muito orgulho do talento do filho.
Embriaguez ao volante
Thiago Arruda publicou imagem em piscina antes de atropelar o cantor de pagode
Redes sociais
Thiago tinha 20,5 vezes mais álcool no organismo do que o permitido por lei, pois o teste do bafômetro deu 0,82 mg/l, um número 2050% acima do limite de 0,04 mg/l.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), 0,04 mg/L é a quantidade que o bafômetro pode tolerar sem penalização ao condutor. Acima desse valor, o motorista está sujeito a penas administrativas, como uma multa e a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses.
No entanto, se o resultado do teste for igual ou superior a 0,34 mg/l, como foi o caso de Thiago com 0,82 mg/l, o condutor deve ser processado criminalmente. De acordo com o CTB, a pena por dirigir embriagado é de seis meses a três anos de prisão, além da multa e suspensão ou cassação da CNH.
Vídeo do atropelamento
Vídeo mostra acidente de trânsito que matou cantor de pagode em São Vicente (SP)
VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos
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A Justiça antecipou para 12 de agosto deste ano a continuação da audiência de instrução, debates e julgamento de Thiago Arruda Campos Rosa, o bancário acusado de dirigir embriagado, atropelar e matar o cantor de pagode Adalto Mello em São Vicente, no litoral de São Paulo. O réu responde por homicídio doloso com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.
A etapa estava inicialmente marcada para abril de 2026, o que gerou críticas tanto da assistente de acusação quanto do advogado de defesa de Thiago Arruda.
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Adalto pilotava uma motocicleta quando foi atingido por Thiago Arruda na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, em 29 de dezembro. O motorista foi preso após o teste do bafômetro acusar positivo para a presença de álcool no organismo.
Primeira parte da audiência
A primeira parte da audiência ocorreu em 17 de junho deste ano no Fórum de São Vicente. O g1 apurou que, devido ao número de testemunhas, a audiência precisou ser interrompida e remarcada para outra data. Na ocasião, o juiz decidiu por dar sequência aos trabalhos no dia 28 de abril de 2026.
A assistente de acusação, Sabrina Dantas, se posicionou contra a marcação da audiência apenas para 2026. “É um caso de extrema gravidade, e não só a família, mas a sociedade espera uma resposta”. O advogado, Mario Badures, que defende Thiago Arruda também se manifestou contrário ao prazo: “É um martírio para ambos os lados”.
Nova data
O juiz Alexandre Torres de Aguiar despachou a decisão antecipando a audiência para 12 de agosto, às 14h, na última quarta-feira (16). Segundo ele, nenhuma das partes formalizou o pedido para a mudança da data.
A assistente de acusação, Sabrina Dantas, afirmou que, considerando a complexidade dos fatos e o impacto do processo, entende que a antecipação representa um avanço importante, garantindo a rapidez e efetividade na busca pela verdade.
Ela contou que, durante a primeira etapa da audiência, protestou contra a decisão do juiz para continuidade em 2026. "Acredito eu que, o juiz, somando a questão da mídia com o meu protesto, que eu já tinha feito no dia da audiência, Deus tocou o coração dele [juiz] e acabou antecipando de ofício".
Badures afirmou que ainda não foi notificado sobre a mudança das datas. Ele ressaltou que a defesa não se opõe à antecipação da audiência porque é de interesse do cliente dele a anulação da acusação de "homicídio doloso com um inexistente dolo eventual".
O que haverá na próxima audiência?
De acordo com Sabrina, testemunhas e réu serão ouvidos. A advogada citou, ainda, que o juiz poderá abrir um prazo para as sustentações finais da defesa de Thiago Arruda e do Ministério Público. "Dada a complexidade do caso, acredito que ele vai abrir prazo de cinco dias para cada um, depois ele decide se vai a júri [popular] ou não". disse.
O advogado Mario Badures afirmou que as testemunhas já ouvidas informaram que o acidente aconteceu após Thiago Arruda ter perdido o controle do veículo.
"Motivo pelo qual ocorreu a fatalidade do atropelamento de Adalto, o qual não foi quisto e sequer poderia ter nessas circunstâncias assumido Thiago Arruda o risco de produzir o resultado da morte", disse Badures.
Habeas corpus
Thiago Arruda foi preso por matar o cantor de pagode Adalto Mello atropelado em São Vicente (SP)
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O habeas corpus foi concedido pelo ministro do STF, André Mendonça, em 14 de maio, após ter sido negado por todas instâncias anteriores. Como Thiago não possui antecedentes criminais e comprovou residência fixa, ele determinou que a prisão preventiva fosse substituída por medidas cautelares.
“Mostra-se viável a aplicação de medidas cautelares alternativas à prisão, previstas no art. 319 do Código de Processo Penal, as quais se apresentam adequadas e suficientes às finalidades preventivas da cautelar penal, em consonância com os princípios da proporcionalidade e da excepcionalidade da prisão processual”, escreveu Mendonça.
Laudo
Um laudo do Instituto de Criminalística (IC) apontou que o bancário dirigia em uma velocidade incompatível com a permitida quando atropelou e matou o cantor. O documento foi feito com base em elementos encontrados no local do acidente.
De acordo com o laudo, os elementos encontrados no local, como a presença da lombada, orientação, intensidade dos danos veiculares e distâncias entre os vestígios, foram suficientes para que o IC considerasse a hipótese de que Thiago Arruda trafegava em velocidade incompatível com a da via, cujo limite máximo era de 50 km/h.
O Instituto de Criminalística pontuou, no entanto, que tais vestígios não eram suficientes para a avaliação da velocidade exata em que Thiago Arruda dirigia.
Quem era Adalto?
O cantor de pagode também era compositor e formado em Educação Física. Segundo apurado pelo g1, o músico era divorciado e morava com a mãe em Santos (SP). Ele deixou um filho de 10 anos, que era fruto do antigo casamento.
Adalto Mello deixou a mãe e o filho de 10 anos
Arquivo pessoal
De acordo com a mãe do cantor, Carla Vanessa De Mello Almeida, o filho começou a se apaixonar por música ainda na infância, quando aprendeu a tocar cavaco ao ver o pai com o instrumento. "Aprendeu só de olhar, não fez curso", disse Carla.
Com menos de 15 anos, ele entrou no coral de uma igreja e passou a cantar e escrever canções. Em seguida, passou a se apresentar em comércios e eventos com um grupo de pagode.
A mãe disse que o sonho dele era viver da música. "Não pelo dinheiro, sucesso, mas pelo amor que ele tinha", relatou Carla, afirmando que tinha muito orgulho do talento do filho.
Embriaguez ao volante
Thiago Arruda publicou imagem em piscina antes de atropelar o cantor de pagode
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Thiago tinha 20,5 vezes mais álcool no organismo do que o permitido por lei, pois o teste do bafômetro deu 0,82 mg/l, um número 2050% acima do limite de 0,04 mg/l.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), 0,04 mg/L é a quantidade que o bafômetro pode tolerar sem penalização ao condutor. Acima desse valor, o motorista está sujeito a penas administrativas, como uma multa e a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por 12 meses.
No entanto, se o resultado do teste for igual ou superior a 0,34 mg/l, como foi o caso de Thiago com 0,82 mg/l, o condutor deve ser processado criminalmente. De acordo com o CTB, a pena por dirigir embriagado é de seis meses a três anos de prisão, além da multa e suspensão ou cassação da CNH.
Vídeo do atropelamento
Vídeo mostra acidente de trânsito que matou cantor de pagode em São Vicente (SP)
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