Operação Patrinus: denúncia aponta que PMs presos recebiam propina de milicianos, chamados de ‘melecas’

MPRJ prende 10 PMs em nova fase da Operação Patrinus
Áudios e mensagens de celular obtidos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelam detalhes do esquema de propina que levou à prisão de 10 policiais militares nesta quinta-feira (14), na 3ª fase da Operação Patrinus.
Segundo a denúncia, parte dos PMs do 39º BPM (Belford Roxo) recebia dinheiro de milicianos atuantes na região de Itaipu, em Belford Roxo, para não reprimir suas atividades.
O documento também aponta cobrança semanal de comerciantes, mototaxistas e prestadores de serviços, sempre durante o expediente e com uso de farda, viatura e armamento da corporação.
‘Melecas’ e divisão do dinheiro
Em uma das gravações, um policial explica que um intermediário ficava com parte do valor arrecadado e que havia coleta em locais controlados por milicianos — chamados por eles de “melecas”:
“Tem um bagulho na sexta-feira aí que o pessoal pega lá da padaria... que é dos ‘melecas’. Eu não pego. Quem pega lá é o pessoal do setor.”
Para o MPRJ, os “melecas” citados são milicianos que também pagavam propina aos policiais.
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MPRJ e a Corregedoria da PM cumprem mandados contra policiais
Reprodução/TV Globo
Lista de ‘padrinhos’
Os comerciantes que pagavam pelo esquema eram chamados de “padrinhos” e tinham seus nomes e valores numa espécie de planilha informal. Num áudio, um PM pede:
“Pô, eu queria ver contigo, mané, os padrinhos que têm lá no Bravo... se tu tiver como mandar aí a listinha, te agradeço.”
Em resposta, outro policial envia a lista e alerta que precisava confirmar se dois mercados ainda estavam pagando. Os valores chegavam a R$ 450 por semana.
Disputa entre setores
As conversas também mostram disputas entre setores do batalhão pelo mesmo ponto de cobrança. Em um diálogo, um policial sugere:
“Em vez de a gente perder 30 pro Bravo e 30 pro Charlie, vai perder 60 pro Bravo, e aí fica bom, correto?”
Histórico da Patrinus
A 1ª fase da operação foi em maio de 2024, com 13 PMs presos por vender armas e drogas apreendidas e cobrar propina de comerciantes e motoristas. Em julho de 2025, nova etapa prendeu 9 policiais que faziam segurança privada armada durante o expediente.
Na etapa desta quinta-feira, o MPRJ reforçou que o esquema “configura uma verdadeira subversão da lógica da segurança pública” e que, em alguns casos, os PMs “passam a se comportar de forma mais semelhante a milicianos do que com agentes da lei”.
Áudios e mensagens de celular obtidos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) revelam detalhes do esquema de propina que levou à prisão de 10 policiais militares nesta quinta-feira (14), na 3ª fase da Operação Patrinus.
Segundo a denúncia, parte dos PMs do 39º BPM (Belford Roxo) recebia dinheiro de milicianos atuantes na região de Itaipu, em Belford Roxo, para não reprimir suas atividades.
O documento também aponta cobrança semanal de comerciantes, mototaxistas e prestadores de serviços, sempre durante o expediente e com uso de farda, viatura e armamento da corporação.
‘Melecas’ e divisão do dinheiro
Em uma das gravações, um policial explica que um intermediário ficava com parte do valor arrecadado e que havia coleta em locais controlados por milicianos — chamados por eles de “melecas”:
“Tem um bagulho na sexta-feira aí que o pessoal pega lá da padaria... que é dos ‘melecas’. Eu não pego. Quem pega lá é o pessoal do setor.”
Para o MPRJ, os “melecas” citados são milicianos que também pagavam propina aos policiais.
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MPRJ e a Corregedoria da PM cumprem mandados contra policiais
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Lista de ‘padrinhos’
Os comerciantes que pagavam pelo esquema eram chamados de “padrinhos” e tinham seus nomes e valores numa espécie de planilha informal. Num áudio, um PM pede:
“Pô, eu queria ver contigo, mané, os padrinhos que têm lá no Bravo... se tu tiver como mandar aí a listinha, te agradeço.”
Em resposta, outro policial envia a lista e alerta que precisava confirmar se dois mercados ainda estavam pagando. Os valores chegavam a R$ 450 por semana.
Disputa entre setores
As conversas também mostram disputas entre setores do batalhão pelo mesmo ponto de cobrança. Em um diálogo, um policial sugere:
“Em vez de a gente perder 30 pro Bravo e 30 pro Charlie, vai perder 60 pro Bravo, e aí fica bom, correto?”
Histórico da Patrinus
A 1ª fase da operação foi em maio de 2024, com 13 PMs presos por vender armas e drogas apreendidas e cobrar propina de comerciantes e motoristas. Em julho de 2025, nova etapa prendeu 9 policiais que faziam segurança privada armada durante o expediente.
Na etapa desta quinta-feira, o MPRJ reforçou que o esquema “configura uma verdadeira subversão da lógica da segurança pública” e que, em alguns casos, os PMs “passam a se comportar de forma mais semelhante a milicianos do que com agentes da lei”.
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