Linnpy

G
G1
6h

Pedido de prisão de Oruam cita fotos com lideranças do CV: 'Sou filho do homem'

Pedido de prisão de Oruam cita fotos com lideranças do CV: 'Sou filho do homem'
Oruam se entrega à polícia
O pedido de prisão preventiva contra o rapper Oruam, aceito pela Justiça do Rio nesta terça-feira (22), revelou uma série de indícios que ligam o artista a lideranças ativas do Comando Vermelho (CV), como Doca e Rabicó. Oruam se entregou à polícia no início da noite de segunda.
O documento afirma que o rapper apareceu recentemente em fotos com os dois criminosos. Doca, apelido de Edgar Alves de Andrade, é apontado como o principal chefe do tráfico no Complexo da Penha, um dos maiores redutos do Comando Vermelho no Rio de Janeiro.
Já Rabicó, apelido de Antônio Ilário Ferreira, comanda o tráfico no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Doca e Rabicó são foragidos da Justiça.
?Baixe o app do g1 para ver notícias do RJ em tempo real e de graça
O pedido de prisão também destaca o peso simbólico e familiar do nome que Oruam carrega, como filho de Marcinho VP e sobrinho de Elias Maluco, ícones da facção criminosa.
Oruam se apresenta no Palco Perry's By Johnnie Walker do Lollapalooza 2024
Luiz Franco/g1
Antes de se entregar à polícia, o cantor — que tem mais de 10 milhões de ouvintes mensais no Spotify — se refugiou no Complexo da Penha, área dominada pelo CV e comandada por Doca.
Nas redes sociais, de dentro da comunidade, ele desafiou as autoridades: “Sou filho do homem”, afirmou, em referência ao pai preso.
Preso
O rapper foi indiciado por sete crimes (tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência, desacato, dano, ameaça e lesão corporal) após, segundo a Polícia Civil, impedir a apreensão de um menor procurado por tráfico e por roubo na noite de segunda (21).
Na ocasião, policiais civis tentavam cumprir um mandado de busca e apreensão contra "Menor Piu", adolescente suspeito de tráfico e de integrar o esquema de roubos de veículos da facção.
Oruam e policiais se envolvem em confusão durante cumprimento de mandado contra menor infrator
Segundo a investigação, o menor foi localizado na porta da casa de Oruam, no Joá, mas, durante a abordagem, o rapper e cerca de dez pessoas atacaram os agentes com pedras — algumas lançadas do interior da residência.
Um policial ficou ferido, viaturas foram danificadas e, no tumulto, o menor conseguiu fugir para uma área de mata. Oruam ainda teria xingado e ameaçado os agentes, dizendo que eles iriam “morrer” e se identificando como “filho do Marcinho VP”. Após o confronto, o rapper fugiu para o Complexo da Penha.
Vínculos de sangue e lealdade
Oruam, nome artístico de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, tem tatuado no corpo os nomes do pai, Marcinho VP, e do tio, Elias Maluco, ambos com trajetória central no Comando Vermelho.
Quem é o rapper Oruam, alvo de projeto de lei para combater músicas com apologia ao crime
Oruam indiciado por 7 crimes, inclusive tráfico: entenda cada acusação e as possíveis penas
Casa de Oruam se tornou 'ponto de encontro e abrigo para criminosos e foragidos da justiça', diz polícia
Em 2024, Oruam usou o palco do Lollapalooza para pedir liberdade ao pai, vestindo uma camiseta que pedia liberdade à Marcinho VP".
Segundo a Polícia Civil, o rapper adota esse legado como escudo e símbolo de status, usando a expressão “filho do homem” para se proteger e afirmar sua identidade dentro de territórios controlados pela facção.
Oruam em viatura
Reprodução
No pedido de prisão contra Oruam, a polícia afirmou que esta foi a segunda vez em menos de seis meses que criminosos foragidos ligados ao CV foram encontrados escondidos na casa de Oruam.
A residência, segundo o MP, virou "ponto de encontro e abrigo para foragidos da Justiça".
Fotos com Doca e Rabicó
O relatório da DRE destaca que Oruam aparece em fotos e vídeos ao lado de lideranças do tráfico. Em uma imagem, está com Rabicó, chefe do CV no Salgueiro, armado com fuzil. Em outra, ele posa com o próprio Doca, “dono” da Penha e líder da quadrilha à qual Menor Piu é ligado.
Para a promotora Silvia Missano, da Plantão Noturno do MP, a postura do rapper é mais do que simbólica. Em manifestação à Justiça, ela afirmou que Oruam “ostenta sua filiação à facção” e representa “risco concreto e atual à segurança da coletividade”.
"Trata-se de uma vinculação orgânica, estável e permanente com as práticas delituosas perpetradas pela organização criminosa", diz o documento.
Desafio ao Estado
Oruam foi indiciado por sete crimes, entre eles tráfico de drogas, associação ao tráfico, resistência e lesão corporal. A juíza Ane Cristine Scheele Santos considerou que a prisão preventiva era necessária “para a garantia da ordem pública”.
A fuga para o território da Penha e os vídeos nas redes sociais — nos quais Oruam afirma que “não vai ser preso” e que “é filho do Marcinho VP” — foram interpretados pelo Ministério Público como tentativa de insurgência simbólica e intimidação às forças de segurança.
"O comportamento do representado configura desafio direto e ostensivo ao Poder Judiciário e às instituições democráticas", escreveu a promotora.
Oruam na chegada à Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio de Janeiro
Reprodução/ TV Globo
Entrega e promessa de 'volta por cima'
No início da noite de terça-feira, Oruam se entregou na Cidade da Polícia, acompanhado da mãe e da namorada.
Em rápido pronunciamento, ele pediu desculpas aos fãs. “Vou dar a volta por cima, tropa. Tô com Deus e tá tranquilão”.

Para ler a notícia completa, acesse o link original:

Ler notícia completa

Comentários 0

Não há mais notícias para carregar