Lula discute tarifaço americano com primeiro-ministro da Índia

Neste segundo dia de aplicação do tarifaço de Donald Trump, o vice-presidente Geraldo Alckmin recebeu o representante da Embaixada americana no Brasil. Já o presidente Lula ligou para o primeiro-ministro indiano, em busca de apoio. Brasil e Índia fazem parte do Brics, um bloco de países que Trump tem considerado inimigo.
O telefonema de Lula para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durou cerca de uma hora.
O governo brasileiro informou que os líderes discutiram o cenário econômico internacional e a imposição de tarifas unilaterais. Brasil e Índia são, até o momento, os dois países mais afetados. Eles reafirmaram a importância de defender o multilateralismo e a possibilidade de maior integração entre os dois países.
Acordaram uma visita do vice-presidente Geraldo Alckmin à Índia em outubro, com ministros e empresários brasileiros, para tratar de cooperação nas áreas comercial, de defesa, energia, minerais críticos, saúde e inclusão digital. E falaram sobre os êxitos da Cúpula do Brics no Brasil.
O governo da Índia também divulgou uma nota sobre a ligação, mas sem citar a taxação de Trump. A Índia destacou que Lula e Modi concordam em fortalecer a cooperação e reiteraram o compromisso de levar a Parceria Estratégica Índia-Brasil a novos patamares.
O telefonema de Lula para Modi aconteceu menos de 24 horas depois de o brasileiro dizer que ligaria, em entrevista à agência de notícias Reuters. Lula tinha sido questionado sobre o tarifaço de Trump ao Brasil. Na resposta, Lula disse que não ligaria para Trump porque não queria ser humilhado e que procuraria os líderes do Brics para tratar do assunto.
O bloco formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul — entre outros países — é visto pelos americanos como uma ameaça e tem sido alvo de críticas e retaliações de Donald Trump. Especialistas consideram que a estratégia de Lula não facilita uma negociação.
"Acredito que esse posicionamento por parte do presidente Lula acaba deteriorando ainda mais essas relações entre Brasil e EUA. Na verdade, não há disposição de negociação também por parte dos EUA. Os canais de comunicação, como eu disse, eles estão fechados tanto do lado dos EUA, mas ações do presidente Lula, ao que me parece, também não colaboram para a viabilização de um terreno fértil para que essas negociações possam prosperar", afirma Gustavo Menon, professor de Relações Institucionais da USP.
O ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio ressalta que qualquer negociação precisa ter disposição dos dois países envolvidos: "quanto maior a temperatura política, menor o espaço para a negociação. E vice-versa. Não adianta conversar se não houver uma disposição em encontrar uma solução, ou encontrar um caminho que se possa trilhar conjuntamente".
No segundo dia de vigência do tarifaço, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, recebeu o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar. Atualmente, o cargo de embaixador está vago, e Escobar foi indicado ainda na gestão de Joe Biden e segue representado os interesses americanos aqui no Brasil.
Geraldo Alckmin
Jornal Nacional
Alckmin disse que o Brasil está aberto a colocar outros temas na mesa de negociação.
"O diálogo a gente nunca pode desistir. Então é perseverar, resiliência. Mostrar que esse é um perde-perde, é ruim também para os EUA. Vai encarecer os produtos americanos, rompe cadeias produtivas. Agora, se tem problema não tarifário, vamos sentar e conversar e resolver. Então, uma pauta... questões não tarifárias, datacenter, big tech, minerais estratégicos. Você pode construir aí uma pauta de conversa, entendimento para superar esse problema. Nós não o criamos, mas vamos trabalhar para resolver. Foi boa a conversa", disse Geraldo Alckmin.
O telefonema de Lula para o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, durou cerca de uma hora.
O governo brasileiro informou que os líderes discutiram o cenário econômico internacional e a imposição de tarifas unilaterais. Brasil e Índia são, até o momento, os dois países mais afetados. Eles reafirmaram a importância de defender o multilateralismo e a possibilidade de maior integração entre os dois países.
Acordaram uma visita do vice-presidente Geraldo Alckmin à Índia em outubro, com ministros e empresários brasileiros, para tratar de cooperação nas áreas comercial, de defesa, energia, minerais críticos, saúde e inclusão digital. E falaram sobre os êxitos da Cúpula do Brics no Brasil.
O governo da Índia também divulgou uma nota sobre a ligação, mas sem citar a taxação de Trump. A Índia destacou que Lula e Modi concordam em fortalecer a cooperação e reiteraram o compromisso de levar a Parceria Estratégica Índia-Brasil a novos patamares.
O telefonema de Lula para Modi aconteceu menos de 24 horas depois de o brasileiro dizer que ligaria, em entrevista à agência de notícias Reuters. Lula tinha sido questionado sobre o tarifaço de Trump ao Brasil. Na resposta, Lula disse que não ligaria para Trump porque não queria ser humilhado e que procuraria os líderes do Brics para tratar do assunto.
O bloco formado por Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul — entre outros países — é visto pelos americanos como uma ameaça e tem sido alvo de críticas e retaliações de Donald Trump. Especialistas consideram que a estratégia de Lula não facilita uma negociação.
"Acredito que esse posicionamento por parte do presidente Lula acaba deteriorando ainda mais essas relações entre Brasil e EUA. Na verdade, não há disposição de negociação também por parte dos EUA. Os canais de comunicação, como eu disse, eles estão fechados tanto do lado dos EUA, mas ações do presidente Lula, ao que me parece, também não colaboram para a viabilização de um terreno fértil para que essas negociações possam prosperar", afirma Gustavo Menon, professor de Relações Institucionais da USP.
O ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio ressalta que qualquer negociação precisa ter disposição dos dois países envolvidos: "quanto maior a temperatura política, menor o espaço para a negociação. E vice-versa. Não adianta conversar se não houver uma disposição em encontrar uma solução, ou encontrar um caminho que se possa trilhar conjuntamente".
No segundo dia de vigência do tarifaço, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, recebeu o encarregado de Negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar. Atualmente, o cargo de embaixador está vago, e Escobar foi indicado ainda na gestão de Joe Biden e segue representado os interesses americanos aqui no Brasil.
Geraldo Alckmin
Jornal Nacional
Alckmin disse que o Brasil está aberto a colocar outros temas na mesa de negociação.
"O diálogo a gente nunca pode desistir. Então é perseverar, resiliência. Mostrar que esse é um perde-perde, é ruim também para os EUA. Vai encarecer os produtos americanos, rompe cadeias produtivas. Agora, se tem problema não tarifário, vamos sentar e conversar e resolver. Então, uma pauta... questões não tarifárias, datacenter, big tech, minerais estratégicos. Você pode construir aí uma pauta de conversa, entendimento para superar esse problema. Nós não o criamos, mas vamos trabalhar para resolver. Foi boa a conversa", disse Geraldo Alckmin.
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