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Xingamentos, agressões e até ameaças de morte: profissionais da saúde denunciam rotina de violência

Xingamentos, agressões e até ameaças de morte: profissionais da saúde denunciam rotina de violência
8 em cada 10 profissionais de saúde no Brasil reclamam ter sofrido alguma agressão no trabalho
Pesquisas recentes mostram que 80% dos profissionais de saúde reclamam já ter sido vítimas de algum tipo de agressão no local de trabalho. São xingamentos, violência física e até ameaças de morte. A reportagem especial do Fantástico deste domingo (10) mostrou como essas experiências têm provocado traumas sérios e quais as consequências no atendimento de saúde no país. Veja no vídeo acima.
Ataques em série
Em Guarulhos, na Grande São Paulo, a técnica de enfermagem Evelyn Rossi relembra com detalhes o dia em que foi agredida por uma paciente. O motivo da agressão teria sido a insatisfação da paciente com o número de dias de afastamento concedido por um médico.
“Ela me deu um tapa na cara, começou a me chutar e bater. Machucou minha barriga e meu braço”, conta.
Na mesma semana, outros dois profissionais da mesma unidade de pronto atendimento também foram agredidos.
“Eles trabalham pela vida, mas mesmo assim são atacados”, lamenta Evelyn.
Em Franca, interior paulista, outra técnica de enfermagem relata ter sido perseguida e agredida por uma paciente. A profissional está em acompanhamento psicológico e psiquiátrico, e ainda sofre com insônia.
“Ela me deu um tapa no rosto e jogou meu celular em mim. Me senti humilhada e desvalorizada”, diz.
A agressora não quis se manifestar.
Profissionais da saúde denunciam rotina de violência
Reprodução/TV Globo
Botão de pânico e prevenção
Em São Bernardo do Campo, uma médica foi agredida após negar um atestado. A unidade possui botões de pânico que acionam a guarda municipal e empresas de segurança, mas nem sempre conseguem evitar os ataques.
“Ela me xingou e disse que era para aprender a não recusar atestados. Ela tinha dor no ombro, não tinha nenhuma restrição de movimento, estava conseguindo mexer, tanto é que conseguiu me agredir”, explica Giovana Paliares, médica.
Miria Fonseca Pereira enviou mensagem para a produção dizendo que Giovana estava com o namorado no consultório e não atendida os pacientes, mas a ficha dela recebeu alta após medicação. Ou seja, teria sido atendida.
Profissionais da saúde denunciam rotina de violência
Reprodução/TV Globo
Impunidade e reincidência
O estado de São Paulo concentra o maior número de ocorrências, mas violência contra profissionais da saúde é registrada de norte a sul do país. Em cinco anos, quase 15 mil médicos registraram boletins de ocorrência sobre algum tipo de violência.
Em alguns casos, a Justiça determinou punições como pagamento de um salário mínimo ou prestação de serviços comunitários. Em outros, os agressores são proibidos de se aproximar das vítimas.
A médica Maria Isabel Spinola, do interior de Minas, já registrou 13 boletins de ocorrência.
“Já vi paciente quebrar armário, já ouvi ameaças de morte. Eu já sofri agressão de ter que ficar trancada por horas na recepção”, relata.
Profissionais da saúde denunciam rotina de violência
Reprodução/TV Globo
Ambiente hostil e impacto psicológico
As consequências emocionais são graves. Profissionais relatam desenvolvimento de ansiedade, depressão e síndrome do pânico.
"Se percebo que alguém eleva o tom de voz, já saio de perto", diz Evelyn.
Ela conta que está concluindo a faculdade de psicologia, área que pretende atuar.
“Não perdi o amor pela enfermagem, mas sei que em outra área terei mais valor e menos risco”.
Apesar das dificuldades, muitos ainda mantêm a vocação.
"Vejo a medicina como amor ao próximo. Quero continuar com o brilho nos olhos que tive quando me formei", afirma Giovana.
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