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Ministério da Justiça e Segurança Pública prorroga tempo de atuação da Força Nacional em áreas de conflito indígena na Bahia

Ministério da Justiça e Segurança Pública prorroga tempo de atuação da Força Nacional em áreas de conflito indígena na Bahia
Força Nacional atua no extremo sul da Bahia
Rafael Rodrigues/SSP
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) prorrogou, por 90 dias, o tempo de atuação da Força Nacional em Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. O objetivo é continuar reforçando a segurança em áreas de conflito entre indígenas e fazendeiros na cidade.
A decisão, publicada pelo ministro Ricardo Lewandowski na terça-feira (22), mesmo dia em que as ações terminariam, começa a contar a partir desta quarta (23). Os agentes seguirão na região até 20 de outubro deste ano.
⚠️ A Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) é um programa de cooperação de Segurança Pública brasileiro, coordenado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública. Ela é composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, e é acionada em situações de emergência.
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Desde a chegada em Porto Seguro, no dia 28 de abril, as equipes já atuaram em pelo menos duas grandes situações. Uma delas envolve a prisão de Welington Ribeiro de Oliveira, o cacique Suruí Pataxó, que segue no sistema prisional.
Segundo a corporação, o indígena foi flagrado com armas e munições em um carro com outro homem e dois adolescentes, no território de Barra Velha, em Porto Seguro, no dia 2 de julho.
Indígenas bloqueiam BR-101, em Itamaraju, para reivindicar soltura de cacique preso em ação da Força Nacional de Segurança Pública
Arquivo pessoal
Em protesto pela ação, no mesmo dia, indígenas fecharam dois sentidos de um trecho da BR-101, na entrada do Parque Nacional Monte Pascoal, durante 6 horas. Depois, uma nova manifestação durou 36 horas, no mesmo ponto.
A Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), que representa o grupo, repudiou as prisões. A entidade afirma que o cacique sofre ameaças de morte há anos, é defensor de direitos humanos e foi preso injustamente.
No dia 4 de julho, os agentes informaram que foram interceptados por um grupo de pessoas, após prenderem cinco homens com armas, na mesma localidade. Na ocasião, segundo a Força Nacional, os policiais foram obrigados a liberar o grupo, ficando com o material que tinha sido apreendido.
Já nesta quarta-feira, cinco homens foram baleados e três pessoas foram presas durante uma operação contra suspeitos de homicídios, tráfico de drogas, domínio e ocupação de terras indígenas. A ação aconteceu na manhã desta quarta-feira (23), em Caraíva, distrito turístico de Porto Seguro.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a "Operação Vértice Zero" cumpriu oito mandados de busca e apreensão em casas de suspeitos. Os cinco feridos eram alvos da ação e resistiram a ordens de prisões. Eles não tiveram os nomes revelados.
Assassinatos
Dois indígenas são assassinados a tiros em área de conflito na Bahia
Reprodução/Redes Sociais
Também nesse período, quatro mortes foram registradas na região. No dia 9 de julho, dois indígenas foram encontrados mortos, com marcas de tiros, em Barra Velha.
Segundo apurou com a polícia a TV Santa Cruz, afiliada da Rede Bahia na região, as vítimas foram identificadas como Itarauí Santana de Souza, de 24 anos, e Gil do Monteiro dos Santos, de 35.
As investigações iniciais apontam que Itarauí e Gil foram vítimas de uma emboscada. Os corpos deles foram encontrados abandonados, no final da tarde, em uma estrada que dá acesso à comunidade.
Delegacia de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia
Arquivo Pessoal
Já no dia 19, um homem e uma mulher de 30 anos foram encontrados mortos, na mesma área. Segundo a Polícia Civil (PC), além de terem sido atingidas por facadas e tiros, as vítimas foram decapitadas.
O crime aconteceu em uma estrada de barro, cercada por vegetação, na Aldeia Boca da Mata. Bruno Dias Alves e Carliane de Jesus Constantino foram localizados após testemunhas passarem pelo local. Nas roupas das vítimas, a polícia encontrou porções de cocaína e maconha. O material foi apreendido.
Conforme informou a polícia, ao menos mínimo três armas foram usadas no crime, conforme apurou a perícia inicial: faca; arma de fogo e facão (usado na decapitação).
Os casos são investigados na delegacia da cidade. Ainda não há detalhes sobre autoria e motivação dos crimes. Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso.
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TV Bahia
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