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Cosméticos lideram exportações de Uberaba e podem ser os mais afetados por tarifaço de Trump

Cosméticos lideram exportações de Uberaba e podem ser os mais afetados por tarifaço de Trump
Tarifaço dos EUA pode impactar exportações do Triângulo Mineiro
O anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a taxação de 50% nas importações de produtos brasileiros gerou apreensão em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A cidade, que ocupa a 5ª posição no ranking econômico de Minas Gerais, tem nos Estados Unidos seu segundo maior parceiro comercial.
Com destaque para o agronegócio e a indústria de cosméticos, Uberaba exportou quase US$ 20 milhões para o mercado norte-americano apenas no primeiro semestre de 2025. O principal produto da pauta exportadora local são as preparações capilares, que movimentaram mais de US$ 16 milhões no período.
Segundo o economista e professor Marco Antônio Nogueira, o impacto pode ser significativo. "O maior impacto é a perda de faturamento e de resultado dessas empresas. E perdendo faturamento o que pode acontecer? Perda de investimento, não decisão de ampliação do negocio, que pode refletir lá na ponta na questão de empregabilidade, na aquisição de novas máquinas, etc. e claro na arrecadação tributária que pode existir", explicou.
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O jornalismo da TV Integração procurou a principal fabricante de cosméticos da cidade, que está em fase de expansão para os EUA, mas a empresa preferiu não comentar o assunto.
Ainda de acordo com o economista, a curto prazo, as empresas podem tentar negociar com os compradores americanos.
“Num primeiro momento é a empresa tentar com seus compradores alguma mudança lá nos EUA, uma pressão política e econômica. Não mais do que isso, redirecionar a produção é algo um pouco mais custoso. Mas talvez redirecionar parte desse prejuízo, parte dessa não venda para o mercado interno”, completou.
Exportações do setor produtivo de Uberaba
De acordo com dados da Fundação João Pinheiro, a China lidera o ranking de destinos das exportações de Uberaba em 2025, com um volume de US$ 85,9 milhões movimentados apenas no primeiro semestre. Os principais produtos enviados ao país asiático são soja e açúcar, que mantêm forte presença na pauta agrícola da região.
Na segunda posição, aparecem os Estados Unidos, com US$ 19,9 milhões (exatos US$ 19.981.485) em produtos embarcados no mesmo período. Esse montante representa 0,10% do total exportado por Minas Gerais no ano. Veja tabela abaixo.
O banco de dados da entidade aponta ainda que 194 municípios mineiros exportaram para os EUA nos seis primeiros meses de 2025. Uberaba ocupa a 30ª colocação no ranking estadual, enquanto Araxá aparece em 4º lugar, com desempenho mais expressivo nas vendas ao mercado norte-americano.
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Produtos mais exportados por Uberaba (2025 – 1º semestre)
E o setor sucroalcooleiro?
Apesar de o açúcar figurar entre os principais produtos exportados por Uberaba, o presidente da Associação da Indústria da Bioenergia e do Açúcar de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos Filho, acredita que o tarifaço não deve afetar diretamente as usinas de Uberaba e Minas.
“Minas Gerais enviou uma quantidade de açúcar nesses dois últimos anos, mas não é usual. O que é usual que o Brasil exporta pra lá é dentro de uma cota, uma cota sem tarifa estabelecida em acordo desde os anos 90 e essa cota é toda ocupada por usinas do Nordeste [...] então o efeito do tarifaço é muito limitado, atualmente, dentro da nossa produção”, afirmou.
No entanto, o setor acompanha com atenção uma investigação aberta pelos EUA sobre o etanol brasileiro no âmbito da Seção 301, que é um mecanismo da legislação comercial dos Estados Unidos que permite ao governo investigar práticas de comércio exterior consideradas desleais ou discriminatórias. Se confirmadas, os EUA podem impor sanções unilaterais, como aumento de tarifas ou restrições a produtos.
Atualmente, o Brasil é alvo de investigação envolvendo temas como etanol, comércio digital e barreiras tarifárias. A medida pode impactar futuras negociações comerciais entre os dois países.
“Essa investigação contra o etanol pode pressionar em futuras negociações comerciais para o Brasil reduzir sua atual tarifa de importação de etanol, que hoje está em 18%, por um percentual inferior e os americanos teriam condição de colocar muito produto aqui dentro”, alertou Campos.
EUA é o segundo parceiro comercial de Uberaba
Reprodução/TV Integração
Principal produto exportado aos EUA são as preparações capilares
Prefeitura de Uberaba/Divulgação
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