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Instituto dedicado à arte gráfica ribeirinha da Amazônia lança campanha para garantir funcionamento

Instituto dedicado à arte gráfica ribeirinha da Amazônia lança campanha para garantir funcionamento
Arte gráfica popular da Amazônia
Letras Q Flutuam
O Instituto Letras que Flutuam, primeira organização do Brasil voltada à valorização da arte gráfica ribeirinha da Amazônia, lançou nesta semana uma campanha de financiamento coletivo para garantir a continuidade de suas atividades. A iniciativa busca arrecadar recursos para estruturar uma equipe profissional e manter o funcionamento da instituição, que atua desde 2024 na preservação e reconhecimento dos chamados "abridores de letras".
Com contribuições mensais a partir de R$ 25, o público pode apoiar diretamente o projeto, que surgiu a partir de mais de 15 anos de pesquisa e articulação com mestres e mestras que mantêm viva a prática de pintar nomes e imagens em embarcações de madeira — tradição que, segundo historiadores, teve início na década de 1930, quando a identificação visual das embarcações passou a ser exigida no país.
A campanha marca o primeiro ano de existência do instituto e pretende superar o modelo atual, baseado no voluntariado. Os valores arrecadados devem cobrir custos operacionais básicos como gestão, contabilidade, equipe e ações educativas.
Arte popular como patrimônio
A arte dos abridores de letras é considerada um dos elementos mais representativos da cultura visual amazônica. Segundo estimativas do próprio Instituto, cerca de 100 mil embarcações navegam atualmente na região Norte, muitas delas com pinturas feitas por artistas locais que preservam a identidade visual ribeirinha por meio de letras desenhadas à mão, cenários naturais e grafismos típicos.
Desde sua criação formal, o Instituto tem promovido ações como o mapeamento de artistas, encontros entre mestres de diferentes municípios, e discussões sobre comércio justo e proteção contra plágio.
Entre as principais novidades desta nova fase está o lançamento de um portal digital que reúne centenas de imagens, entrevistas e informações sobre a prática dos abridores. A plataforma funciona como um acervo público e espaço de visibilidade para os artistas.
Desafios e atuação
Localizado em um território com dificuldades logísticas e alta complexidade territorial, o Instituto atua em uma região onde os deslocamentos entre comunidades e centros urbanos são caros e demorados. O objetivo da campanha é garantir sustentabilidade para que a organização possa continuar operando com autonomia e regularidade.
Fernanda Martins, idealizadora do Instituto, explica que o engajamento popular é essencial para que a tradição permaneça viva. Para ela, a arte que circula pelos rios amazônicos merece o mesmo reconhecimento dado a outras expressões culturais brasileiras.
“A cultura visual ribeirinha é parte da identidade amazônica. Para que ela não desapareça, é preciso garantir apoio, visibilidade e condições de trabalho dignas para os artistas”, afirma.
A campanha segue aberta em plataforma de financiamento coletivo. Os interessados podem contribuir com doações mensais ou pontuais.
Serviço:
Campanha de financiamento coletivo – Apoie o ILQF a partir de R$25/mês
Link disponível no site oficial.
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