Sumiu no caminho: furtos em entregas por aplicativo preocupam vendedores no RJ

Consumidores reclamam que entregas de produtos por aplicativo não chegam ao destino
O serviço de entrega de encomendas por aplicativo tem gerado muita reclamação de consumidores no Rio. Eles dizem que é comum o motorista ou motociclista encerrar a corrida e sumir com a mercadoria.
A confeiteira Dominique Francis, que trabalha há 16 anos com doces, relata que enviou dois morangos do amor para uma cliente, mas apenas um chegou ao destino.
"Na terça-feira, dia 29, uma cliente fez um pedido com um copo de brownie com um morango do amor. Na hora de embalar o pedido, eu embalei errado e, na hora que eu reparei isso, o Uber já tinha pego. Eu entrei em contato com a cliente: 'Seu pedido foi errado, com dois morangos'. Ela me mandou a foto do saco rasgado, grampeado, e com um morango só", contou Dominique.
A confeiteira Érika Lemos, que trabalha com doces desde 2019, também já passou por duas situações parecidas.
"Foi um dia que tava muita chuva, então foi muito rápido. Foi um Uber de carro, inclusive, e entreguei o produto pra ele. Ele sinalizou que tava tudo OK, fingiu que tava tudo OK e que tinha inicializado a corrida. Quando eu vi ele saindo com o carro, ele cancelou a corrida e foi embora com o produto. Era uma Páscoa. Foi quase 400 reais em produto", disse Érika.
Em outra ocasião, uma cliente de Érika havia pedido doces para a festa da filha. Ao passar o código da entrega para a motorista, a encomenda foi levada.
"Ela passou o código pra moça. Só que, quando passou o código, ela ainda estava no carro. A moça simplesmente colocou o código, finalizou a corrida e foi embora com os doces."
Mesmo com provas das viagens, a confeiteira afirma que não teve retorno da empresa.
"A gente tentou recorrer com a Uber. A gente tinha print de tudo. Eu mandei os prints e a gente mandou pra empresa a placa do motorista", completou.
Padrão repetido: corrida cancelada antes de iniciar viagem
Segundo os relatos, um padrão tem se repetido nas entregas feitas por aplicativo: o motorista chega, pega a encomenda sem iniciar a corrida, e depois cancela o pedido. Com isso, o cliente fica sem o produto e sem o histórico de quem era o motorista.
A designer Crystal Gismonti contou que foi vítima de furto em uma situação parecida. Após sair de uma festa, ela decidiu enviar uma bolsa para casa usando o serviço de entregas por moto.
"Pra não ter que ficar segurando essa bolsa, eu decidi enviar pro meu cunhado, que estava em casa, enviar a bolsa por flash. Eu pedi normalmente a moto e, quando ela chegou, eu entreguei pro rapaz. Estava de capacete, não deu pra ver o rosto. Quando fui ver o aplicativo, foi coisa de minuto: ele já tinha cancelado a corrida, já tinha sumido. Eu entrei em contato algumas vezes com a 99, mandei e-mails, tentei abrir BO, mas não tive retorno de absolutamente ninguém", afirmou.
"Eu me senti muito frustrada porque ele não teve tempo nem de ver o que estava na minha bolsa. Simplesmente levou, não viu o que tinha lá dentro."
Crystal diz que, após o caso, perdeu a confiança nesse tipo de serviço.
"Eu tinha essa confiança. Já mandei coisas de muito mais valor e não aconteceu isso. Depois do que aconteceu, fiquei muito, muito, muito mais preocupada, muito mais pé atrás. Hoje em dia, muito raramente eu mando peça por Uber Flash. Nesse caso foi o 99. A gente fica inseguro da mesma forma, mesmo mudando de aplicativo."
Furtos aumentaram 5%
Não há dados específicos sobre furtos durante corridas de aplicativo, mas, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), os furtos em geral aumentaram mais de 5% na cidade do Rio de Janeiro em um ano.
1º semestre de 2025: 61.248
1º semestre de 2024: 58.616
Legalmente, quando o consumidor utiliza um serviço como o Uber Flash, há uma relação de consumo regida pelo Código de Defesa do Consumidor. Isso significa que tanto o motorista quanto a plataforma são responsáveis pelos danos causados.
Se um motorista cancela a corrida e fica com o produto, isso pode configurar apropriação indébita e gerar obrigação de indenização. A empresa também tem o dever legal de garantir um serviço seguro e rastreável, respondendo solidariamente pelos prejuízos sofridos pelo usuário.
O que dizem os citados
A Uber informou que está apurando os casos mencionados. Sobre a reclamação da confeiteira Érika, disse que aconteceu há dois anos e o motorista não faz parte da plataforma.
O RJ2 também procurou a 99, mas não tivemos resposta até a última atualização desta reportagem.
O serviço de entrega de encomendas por aplicativo tem gerado muita reclamação de consumidores no Rio. Eles dizem que é comum o motorista ou motociclista encerrar a corrida e sumir com a mercadoria.
A confeiteira Dominique Francis, que trabalha há 16 anos com doces, relata que enviou dois morangos do amor para uma cliente, mas apenas um chegou ao destino.
"Na terça-feira, dia 29, uma cliente fez um pedido com um copo de brownie com um morango do amor. Na hora de embalar o pedido, eu embalei errado e, na hora que eu reparei isso, o Uber já tinha pego. Eu entrei em contato com a cliente: 'Seu pedido foi errado, com dois morangos'. Ela me mandou a foto do saco rasgado, grampeado, e com um morango só", contou Dominique.
A confeiteira Érika Lemos, que trabalha com doces desde 2019, também já passou por duas situações parecidas.
"Foi um dia que tava muita chuva, então foi muito rápido. Foi um Uber de carro, inclusive, e entreguei o produto pra ele. Ele sinalizou que tava tudo OK, fingiu que tava tudo OK e que tinha inicializado a corrida. Quando eu vi ele saindo com o carro, ele cancelou a corrida e foi embora com o produto. Era uma Páscoa. Foi quase 400 reais em produto", disse Érika.
Em outra ocasião, uma cliente de Érika havia pedido doces para a festa da filha. Ao passar o código da entrega para a motorista, a encomenda foi levada.
"Ela passou o código pra moça. Só que, quando passou o código, ela ainda estava no carro. A moça simplesmente colocou o código, finalizou a corrida e foi embora com os doces."
Mesmo com provas das viagens, a confeiteira afirma que não teve retorno da empresa.
"A gente tentou recorrer com a Uber. A gente tinha print de tudo. Eu mandei os prints e a gente mandou pra empresa a placa do motorista", completou.
Padrão repetido: corrida cancelada antes de iniciar viagem
Segundo os relatos, um padrão tem se repetido nas entregas feitas por aplicativo: o motorista chega, pega a encomenda sem iniciar a corrida, e depois cancela o pedido. Com isso, o cliente fica sem o produto e sem o histórico de quem era o motorista.
A designer Crystal Gismonti contou que foi vítima de furto em uma situação parecida. Após sair de uma festa, ela decidiu enviar uma bolsa para casa usando o serviço de entregas por moto.
"Pra não ter que ficar segurando essa bolsa, eu decidi enviar pro meu cunhado, que estava em casa, enviar a bolsa por flash. Eu pedi normalmente a moto e, quando ela chegou, eu entreguei pro rapaz. Estava de capacete, não deu pra ver o rosto. Quando fui ver o aplicativo, foi coisa de minuto: ele já tinha cancelado a corrida, já tinha sumido. Eu entrei em contato algumas vezes com a 99, mandei e-mails, tentei abrir BO, mas não tive retorno de absolutamente ninguém", afirmou.
"Eu me senti muito frustrada porque ele não teve tempo nem de ver o que estava na minha bolsa. Simplesmente levou, não viu o que tinha lá dentro."
Crystal diz que, após o caso, perdeu a confiança nesse tipo de serviço.
"Eu tinha essa confiança. Já mandei coisas de muito mais valor e não aconteceu isso. Depois do que aconteceu, fiquei muito, muito, muito mais preocupada, muito mais pé atrás. Hoje em dia, muito raramente eu mando peça por Uber Flash. Nesse caso foi o 99. A gente fica inseguro da mesma forma, mesmo mudando de aplicativo."
Furtos aumentaram 5%
Não há dados específicos sobre furtos durante corridas de aplicativo, mas, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), os furtos em geral aumentaram mais de 5% na cidade do Rio de Janeiro em um ano.
1º semestre de 2025: 61.248
1º semestre de 2024: 58.616
Legalmente, quando o consumidor utiliza um serviço como o Uber Flash, há uma relação de consumo regida pelo Código de Defesa do Consumidor. Isso significa que tanto o motorista quanto a plataforma são responsáveis pelos danos causados.
Se um motorista cancela a corrida e fica com o produto, isso pode configurar apropriação indébita e gerar obrigação de indenização. A empresa também tem o dever legal de garantir um serviço seguro e rastreável, respondendo solidariamente pelos prejuízos sofridos pelo usuário.
O que dizem os citados
A Uber informou que está apurando os casos mencionados. Sobre a reclamação da confeiteira Érika, disse que aconteceu há dois anos e o motorista não faz parte da plataforma.
O RJ2 também procurou a 99, mas não tivemos resposta até a última atualização desta reportagem.
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