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Ataques a ônibus: veja imagens do carro branco que ajudaram a prender suspeitos de pelo menos 17 depredações na Grande SP

Ataques a ônibus: veja imagens do carro branco que ajudaram a prender suspeitos de pelo menos 17 depredações na Grande SP
Carro trafega na Avenida Pereira Barreto
As idas e vindas de um carro com a logomarca da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) foram componente fundamental na investigação que apontou Edson Campolongo como autor de ao menos 17 ataques a ônibus na Grande São Paulo.
O Virtus branco que Edson, como motorista concursado da companhia há mais de 30 anos, usava para transportar o chefe de gabinete da empresa foi visto por investigadores em imagens de circuitos de segurança nos locais de vários ataques na região do ABC Paulista.
Virtus branco em imagem captada por câmera na Avenida Pereira Barreto.
Reprodução
Ao descobrir que o carro estava cedido por uma locadora de veículos à empresa do governo paulista, os policiais localizaram Edson, que constantemente viajava para eventos do governo de São Paulo no interior com a presença da alta cúpula do Palácio dos Bandeirantes, inclusive do governador Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos).
Nas imagens obtidas pela TV Globo, o Virtus branco aparece em endereços como as avenidas Pereira Barreto, Luiz Pequini e Maria Servidei Demarchi, a Estrada dos Alvarengas e as ruas Jurubatuba e Gonçalves Dias, todas em São Bernardo do Campo.
Edson Campolongo foi preso pela Polícia Civil na manhã da terça-feira (22) sob a suspeita de ter participado de ataques a ônibus na região metropolitana de São Paulo nas últimas semanas.
Seu irmão, Sérgio, se entregou nesta quarta-feira (23) à polícia e foi preso. Ele também é acusado de participar de ao menos dois casos de depredação a veículos. Ele se manteve calado durante o depoimento.
A CDHU ainda não se manifestou sobre o caso.
A reportagem tenta contato com a defesa dos dois presos.
Avenida Luiz Pequini é um dos endereços em que o carro foi visto.
Reprodução
Imagem captada na Avenida Maria Servidei Demarchi.
Reprodução
Veículo percorre a Estrada dos Alvarengas à noite.
Reprodução
Sérgio Campolongo, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça, se apresentou com seus advogados no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) de São Bernardo do Campo.
Reprodução/TV Globo/Walace Lara
Irmão de servidor público acusado de ataques a ônibus em SP se entrega à polícia
Perfil ativo nas redes sociais
Edson Aparecido Campolongo foi preso nesta terça-feira (22) pelo Deic de São Bernardo do Campo, na Grande SP.
Reprodução/TV Globo
Apesar de ter um perfil discreto e atencioso pessoalmente, nas redes sociais Edson Campolongo, de 68 anos, tinha atuação ativa e fazia postagens atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula (PT), além de defender o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Funcionários da CDHU ouvidos pelo g1 disseram, sob condição de anonimato, que jamais imaginavam que ele estaria por trás de parte dos mais de 800 ataques a ônibus na cidade.
Na CDHU, o clima é de consternação e incredulidade após a prisão de Edson. Todos dizem que foram pegos de surpresa com a prisão do motorista. Os servidores também narram que o chefe de gabinete da CDHU chegou a chorar e teve que ser amparado por colegas ao receber a notícia da polícia sobre a ligação do empregado com tanto tempo de empresa.
O chefe de gabinete chegou a ser ouvido pelo delegado que preside o inquérito dos ataques, mas foi descartada qualquer participação dele nos casos.
Na casa de Edson, os policiais encontraram pedras e estilingues que teriam sido usados nos ataques.
Na delegacia, o motorista confessou que participou de pelo menos 17 apedrejamento de ônibus na Grande SP e cometeu os atos para protestar contra a situação política do país.
Na casa de Edson, a polícia achou estilingues, pedras e outros materiais que seriam usados em ataques
Divulgação/Polícia Civil
Em entrevista à imprensa na terça, o secretário-executivo de Segurança Pública do estado, Osvaldo Nico, afirmou que Edson contou que a motivação para os crimes seria "consertar o Brasil", mas ele disse não acreditar nesta história.
A suspeita é que Campolongo recrutasse outras pessoas para atuar em ataques semelhantes a ônibus.
Segundo o delegado seccional de São Bernardo do Campo, Domingos de Paula Neto, o veículo Virtus branco usado por Campolongo - e que estava presente em diversas cenas de ataques - circulava pela cidade de Grande SP diariamente porque é onde mora o chefe de gabinete.
Ele é motorista do chefe de gabinete [do CDHU]. Servia esse chefe há cerca de um ano. Por coincidência, este chefe de gabinete mora em São Bernardo e trabalha em um órgão público no Centro de São Paulo. Todos os dias, esse veículo está em deslocamento de São Bernardo para a capital.
Ataques
Ataque a ônibus da Rod. Raposo Tavares
Reprodução/Aconteceu em Cotia
Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) revelaram à TV Globo no dia 16 que, agora, a principal linha de investigação da polícia em relação aos ataques a ônibus na Grande São Paulo é a disputa entre empresas que atuam no ramo do transporte urbano coletivo.
Como pano de fundo, haveria uma disputa pelo poder dentro do sindicato de trabalhadores da categoria que já dura alguns meses e foi até parar na Justiça. A polícia apura se grupos rivais no sindicato possam ter começado esses ataques para prejudicar empresas concorrentes.
A hipótese de que os ataques tenham relação com uma disputa interna de poder ganha força em relação a duas outras linhas de investigação que também vêm sendo consideradas — ligação com o PCC e desafios de internet.
Isso porque as empresas cujos ônibus são atacados sofrem com gastos de manutenção e multas aplicadas pela prefeitura pelo tempo de não circulação dos veículos.
A polícia admite ainda haver um efeito de "contaminação" na depredação dos ônibus — pessoas não ligadas ao setor de transporte urbano coletivo também teriam atacado veículos.
Um dos ataques mais graves foi na Zona Sul, em que uma pedra acertou em cheio o rosto de uma passageira, causando várias fraturas no rosto dela.

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