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Tarifaço de Trump: acordo com Japão inclui aviões da Boeing e US$ 8 bilhões em exportações agrícolas

Tarifaço de Trump: acordo com Japão inclui aviões da Boeing e US$ 8 bilhões em exportações agrícolas
Trump fala com jornalistas na Casa Branca, em 15 de julho de 2025
REUTERS/Jonathan Ernst/File Photo/File Photo
A Casa Branca divulgou nesta quarta-feira (23) um documento com detalhes do acordo comercial firmado entre Estados Unidos e Japão, anunciado na véspera e classificado pelo presidente Donald Trump como "gigantesco".
O entendimento prevê a exportação de aeronaves comerciais para os japoneses, incluindo 100 aviões da Boeing, além de US$ 8 bilhões em vendas de produtos agrícolas norte-americanos, como milho, soja, fertilizantes, bioetanol e combustível de aviação sustentável.
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Conforme anunciou Trump na terça-feira, o Japão também deverá investir US$ 550 bilhões nos EUA — sob orientação de Washington — para "reconstruir e expandir indústrias americanas essenciais".
O documento, que confirma a tarifa de 15% sobre produtos importados do Japão, não informa prazo para o cumprimento das metas listadas. Também não detalha as contrapartidas dos EUA ao Japão.
Segundo a Casa Branca, os US$ 550 bilhões investidos pelos japoneses serão destinados aos seguintes setores:
Infraestrutura e produção de energia, incluindo GNL, combustíveis avançados e modernização da rede elétrica.
Fabricação e pesquisa de semicondutores, "reconstruindo a capacidade dos EUA desde o design até a fabricação".
Mineração, processamento e refino de minerais críticos, "garantindo acesso a insumos essenciais".
Produção farmacêutica e médica, "visando acabar com a dependência dos EUA de medicamentos e suprimentos estrangeiros".
Construção naval comercial e de defesa, incluindo novos estaleiros e modernização de instalações existentes.
O acerto prevê que os EUA fiquem com 90% dos lucros desses investimentos, “garantindo que trabalhadores, contribuintes e comunidades americanas recebam a maior parte dos benefícios”.
"Esse é o maior compromisso de investimento estrangeiro já obtido por qualquer país e irá gerar centenas de milhares de empregos nos EUA, expandir a manufatura doméstica e garantir a prosperidade americana por gerações", diz o documento publicado pela Casa Branca.
Tarifa de 15% e abertura de mercado
Como parte do acordo, as importações japonesas estarão sujeitas a uma tarifa-base de 15%. De acordo com o governo Trump, a taxa "ajudará a reduzir o déficit comercial com o Japão e a restabelecer um equilíbrio mais justo na balança comercial dos EUA".
A publicação afirma que, por décadas, empresas dos EUA enfrentaram barreiras no acesso ao mercado japonês e que o entendimento abre espaço para setores-chave norte-americanos.
Veja, ponto a ponto, o que ficou definido, por setor:
? Agricultura e alimentos: O Japão aumentará imediatamente, em 75%, as importações de arroz dos EUA, com ampla expansão das cotas. Também comprará US$ 8 bilhões em produtos dos EUA, incluindo agro e combustíveis.
⚡ Energia: O texto afirma que haverá “grande expansão das exportações de energia dos EUA para o Japão” e que os dois países estão explorando um novo acordo de fornecimento de gás natural liquefeito (GNL) do Alasca.
? Manufatura e aeroespacial: O Japão se comprometeu a comprar aeronaves comerciais fabricadas nos EUA, incluindo 100 aviões da Boeing. O texto também prevê bilhões de dólares por ano em compras de equipamentos de defesa dos EUA, "para reforçar a interoperabilidade e a segurança da aliança no Indo-Pacífico".
? Automóveis e bens Industriais: Restrições a carros e caminhões dos EUA serão suspensas, abrindo o mercado japonês para esses produtos. Segundo a Casa Branca, "padrões automotivos americanos serão reconhecidos no Japão pela primeira vez". Além disso, haverá maior abertura para produtos industriais e de consumo.
Carros japoneses e impacto nos mercados
O anúncio de Trump e o documento da Casa Branca não mencionam a redução das tarifas sobre os automóveis japoneses, que representam mais de um quarto das exportações do Japão para os EUA — e estão sujeitos a uma tarifa de 25%.
No entanto, a emissora pública japonesa NHK informou que os dois países concordaram em estabelecer a taxa sobre automóveis também em 15%.
Após o anúncio do acordo, as ações da Toyota dispararam mais de 14% nas bolsas de Tóquio e de Nova York nesta quarta-feira. Em Londres, os papéis da companhia avançaram mais de 6%.
As bolsas asiáticas também fecharam em alta, diante do otimismo dos investidores. O destaque ficou com o Nikkei, principal índice do Japão, que encerrou com um avanço de 3,5% (puxado pela Toyota) e atingiu o maior patamar desde julho de 2024.

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