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Tarcísio diz que desafiou presidente da Sabesp a nadar nos rios Tietê e Pinheiros até 2029: 'A gente está se permitindo sonhar'

Tarcísio diz que desafiou presidente da Sabesp a nadar nos rios Tietê e Pinheiros até 2029: 'A gente está se permitindo sonhar'
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na cerimônia de anúncio de investimentos da Sabesp no saneamento até 2029.
Pablo Jacob/GESP/Divulgação
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nessa quarta-feira (23) que desafiou o presidente da Sabesp, Carlos Piani, a acelerar os processos de despoluição dos rios Tietê e Pinheiros para que eles possam nadar nas duas áreas. A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, afirmou que essa possibilidade pode se dar já a partir de 2029.
Em evento que celebrou o primeiro ano de concessão da empresa para a iniciativa privada, a Sabesp anunciou um plano de investimento de quase R$ 70 bilhões para universalizar o acesso a água e esgoto no estado até 2029.
A empresa promete fazer o número de ligações de água e esgoto no estado referente aos próximos 50 anos em apenas cinco. Para isso, a Sabesp diz que vai elevar em duas vezes e meia o número de instalações feitas nos municípios atendidos pela companhia a partir deste ano.
No evento, Tarcísio louvou o processo de desestatização promovido por seu governo e diz que acredita que, cumprido o cronograma, será possível despoluir os dois principais rios da capital paulista até o fim da década.
“A gente vai pensar no porquê de a gente ter tantos mananciais poluídos. E pensar por que a despoluição do Tietê e do Pinheiros é tema em cada eleição. Será que isso não pode ter uma solução? A gente acredita que pode. Quando a gente faz uma provocação para o [Carlos] Piani dizendo: ‘Nós vamos nadar no Tietê’. E ele diz: ‘Eu vou treinar’, tá posto o desafio. Nós estamos nos desafiando. E a gente está dizendo o seguinte: 'Isso é possível’. Por que não seria?”, comentou o governador.
“Quando os russos mandaram um cachorro para o espaço, o Kennedy disse que antes do final da década ele mandaria um homem à Lua. Podia parecer impossível, mas eles mandaram. Será que impossível a gente ter um Tietê despoluído, um Pinheiros? Será que é possível a gente ver a carga orgânica diminuindo, que é possível integrar esses rios ao espaço urbano?”, completou.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) abraça o personagem Chico Bento, da Turma da Mônica, em exposição no Parque do Ibirapuera que fala da recuperação dos rios de São Paulo.
Pablo Jacob/GESP/Divulgação
Tarcísio disse que a despoluição dos dois rios se dará no curso de cumprimento das metas de universalização dos serviços de água e esgoto da Sabesp, à medida que a carga de dejetos for sendo tratada pela empresa e não mais despejada nos rios, como acontece em vários trechos urbanos.
“A gente está se permitindo sonhar e tentando ir além com esse projeto. Pensar que é possível. E todo um arranjo foi pensado para que a gente possa atingir esse objetivo”, declarou.
Apesar de não ter falado em data, no mesmo evento a secretária Natália Resende afirmou que o processo de despoluição do Tietê e dos seus principais afluentes, contratualmente, deve ser concluído até 2029.
“Quando a gente lançou o Integra Tietê, lá em março de 2023, a gente falou que vai olhar os 1.133 quilômetros do Rio Tietê e seus afluentes – como o Pinheiros, que é um deles. E a gente fez a desestatização da Sabesp para a gente puxar o prazo de universalização de 2033 para 2029 e permitir que a gente avançasse na despoluição”, explicou a secretária.
“Esses mais de R$ 69 bilhões de investimentos da Sabesp até 2029 representam 54% a menos de carga orgânica no Tietê. Toda vez que a gente fala em investimento em saneamento, a gente está pensando na despoluição do Tietê. Um dos motivos desse esforço, o contrato [de desestatização da Sabesp] foi para isso. A gente fala do prazo para melhorar a despoluição até 2029 porque é o que a gente colocou no contrato”, completou a secretária.
A secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), Natália Resende, fala sobre os investimentos da Sabesp no saneamento de SP até 2029.
Pablo Jacob/Secom/GESP
Natália também afirmou que o plano é que a despoluição do Tietê aconteça em etapas.
“Ano a ano a gente vai fazer esse acompanhamento, via Urae [Unidades Regionais de Água e Esgoto] e Cetesb. A gente aumentou a quantidade de pontos para medir a qualidade [das águas dos rios]. (...) Porque o Tietê é muito distinto também. (...) Tem trechos do Tietê que a gente consegue antes e tem trechos que só em 2029”, afirmou a secretária.
Antes do evento no Auditório do Ibirapuera, na Zona Sul da capital paulista, Natália e Tarcísio visitaram uma exposição do personagem Chico Bento, da Turma da Mônica, que fala sobre a despoluição dos rios em São Paulo. O evento tem o patrocínio da Sabesp.
Histórico de gastos
Mancha de poluição do Rio Tietê aumenta 47 km em 2024
O Tietê é o mais tradicional rio do estado de São Paulo, cruzando a região metropolitana com cerca de 1.133 quilômetros. Ela passa por 62 municípios ao longo de seu curso pelo interior do estado e divide a capital paulista ao meio.
Em 2020, um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) mostrou que o governo paulista já tinha investido R$ 1,7 bilhão em contratos de despoluição do Rio Tietê desde 2011.
Em 2021, a despoluição do Tietê em São Paulo já tinha consumido R$ 2,156 bilhões dos cofres públicos, segundo dados do TCE, que acompanha a situação dos contratos da Sabesp.
De acordo com o tribunal, nos últimos 10 anos foram assinados 46 contratos para o programa de despoluição do rio, tocado pelo governo paulista e pela empresa de abastecimento, que somaram o total de R$ 2.156.874.361,52.
Mancha de poluição no Rio Tietê aumenta 47 quilômetros em 2024
Em março de 2023, o governo Tarcísio anunciou a nova iniciativa de despoluir o rio, que teria o custo de R$ 5,5 bilhões, com prazo para conclusão em 2026.
Já em 2024, levantamento da Fundação SOS Mata Atlântica apontou que a mancha de poluição na Bacia Hidrográfica do Rio Tietê, que corta quase todo o estado de São Paulo, aumentou 47 quilômetros e saltou para 207 km de 2023 para 2024.
Foi o pior ano desde 2012, quando a marca chegou a 240 km. Dos seis pontos considerados péssimos, três estão no Rio Pinheiros, na cidade de São Paulo, apesar das ações focadas do governo com o “Novo Rio Pinheiros” (veja gráfico abaixo).
Mancha de poluição no Rio Tietê
Reprodução/g1
Mancha de poluição no Rio Tietê
Reprodução/g1

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