Tarifaço de Trump obriga empresas brasileiras a buscar novos mercados; entenda como funciona redirecionamento das exportações

Tarifaço de Trump obriga empresas brasileiras a buscar alternativas aos EUA
O tarifaço tem obrigado empresas brasileiras a buscar alternativas ao mercado americano.
Quem vive do comércio sabe: conseguir novos clientes não é tarefa simples. E, quando o potencial comprador está em outro país, com regras e hábitos próprios, tudo fica ainda mais difícil.
Os números da balança comercial dão a dimensão desse desafio. No primeiro semestre de 2025, 40% das exportações brasileiras foram apenas para dois destinos: a China e os Estados Unidos.
Os produtos alimentícios estão entre os que o Brasil mais vende para os Estados Unidos. No primeiro semestre deste ano, de todas as nossas exportações, os americanos ficaram com quase 8% da carne, 56% do pescado e 16% do café.
O economista André Galhardo explica que redirecionar esses produtos requer muita negociação.
"É muito difícil migrar aquilo que a gente vendia pros EUA pra outro país ou outra região, porque essa troca comercial entre países é mais do que um relacionamento puramente comercial. É um ato geopolítico. Para vender carne para o Japão, que é um dos maiores mercados para carne bovina, já são mais de 20 anos de negociação. O Japão mandou recentemente comitiva pra avaliar o sistema sanitário brasileiro. Então, as coisas estão andando, mas são literalmente décadas de negociações etc."
O economista Hugo Garbe diz que a busca por novos mercados também esbarra em barreiras culturais. O país mais populoso do mundo, por exemplo, não consome carne bovina.
"Eu não posso vender carne, por exemplo, para a Índia, né? Ou seja, a Índia tem uma questão cultural ali que não consome alguns produtos. O Brasil vem buscando outros mercados de café, como por exemplo a Europa. Na Inglaterra, consome-se mais chá; na França e Itália, consomem mais café. O asiático consome muito mais chá do que café."
Nos últimos anos, o setor aéreo brasileiro até conseguiu novos clientes, mas ainda depende do mercado americano, que, no primeiro semestre deste ano, absorveu 65% da nossa exportação.
"É um setor técnico, altamente regulado, e é um setor que tem um ciclo de vendas muito longo. Para você negociar uma frota de aviões, às vezes são cinco, seis, sete, até dez anos de negociação, porque é muito dinheiro envolvido".
Tarifaço de Trump obriga empresas brasileiras a buscar novos mercados; entenda como funciona redirecionamento das exportações
Reprodução/TV Globo
Na opinião de alguns analistas, o país deve usar esse momento para ampliar seus parceiros comerciais e investir no desenvolvimento de produtos estratégicos para a economia do século 21.
"É mais uma chance de diversificarmos nossas relações comerciais, e isso levará tempo, sim, mas é muito importante saber onde quer chegar. É hora de começar já pensando em longo prazo, porque, da mesma forma que diversificar sua pauta exportadora, encontrar mercados alternativos aos Estados Unidos leva bastante tempo e esbarra em questões geopolíticas, regulatórias, sanitárias e concorrenciais", diz o economista André Galhardo.
Tarifaço: AGU pede investigação sobre possível informação privilegiada de investidores
'Inaceitável e arbitrária', diz Lula sobre revogação de vistos a ministros do STF
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Os produtos alimentícios estão entre os que o Brasil mais vende para os Estados Unidos. No primeiro semestre deste ano, de todas as nossas exportações, os americanos ficaram com quase 8% da carne, 56% do pescado e 16% do café.
O economista André Galhardo explica que redirecionar esses produtos requer muita negociação.
"É muito difícil migrar aquilo que a gente vendia pros EUA pra outro país ou outra região, porque essa troca comercial entre países é mais do que um relacionamento puramente comercial. É um ato geopolítico. Para vender carne para o Japão, que é um dos maiores mercados para carne bovina, já são mais de 20 anos de negociação. O Japão mandou recentemente comitiva pra avaliar o sistema sanitário brasileiro. Então, as coisas estão andando, mas são literalmente décadas de negociações etc."
O economista Hugo Garbe diz que a busca por novos mercados também esbarra em barreiras culturais. O país mais populoso do mundo, por exemplo, não consome carne bovina.
"Eu não posso vender carne, por exemplo, para a Índia, né? Ou seja, a Índia tem uma questão cultural ali que não consome alguns produtos. O Brasil vem buscando outros mercados de café, como por exemplo a Europa. Na Inglaterra, consome-se mais chá; na França e Itália, consomem mais café. O asiático consome muito mais chá do que café."
Nos últimos anos, o setor aéreo brasileiro até conseguiu novos clientes, mas ainda depende do mercado americano, que, no primeiro semestre deste ano, absorveu 65% da nossa exportação.
"É um setor técnico, altamente regulado, e é um setor que tem um ciclo de vendas muito longo. Para você negociar uma frota de aviões, às vezes são cinco, seis, sete, até dez anos de negociação, porque é muito dinheiro envolvido".
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Reprodução/TV Globo
Na opinião de alguns analistas, o país deve usar esse momento para ampliar seus parceiros comerciais e investir no desenvolvimento de produtos estratégicos para a economia do século 21.
"É mais uma chance de diversificarmos nossas relações comerciais, e isso levará tempo, sim, mas é muito importante saber onde quer chegar. É hora de começar já pensando em longo prazo, porque, da mesma forma que diversificar sua pauta exportadora, encontrar mercados alternativos aos Estados Unidos leva bastante tempo e esbarra em questões geopolíticas, regulatórias, sanitárias e concorrenciais", diz o economista André Galhardo.
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