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Corregedoria do TJPB aponta índicios de irregularidades na produtividade de juízes na Paraíba

Corregedoria do TJPB aponta índicios de irregularidades na produtividade de juízes na Paraíba
Corregedoria do TJPB aponta índicios de irregularidades na produtividade de juízes na Paraíba
Ednaldo Araújo/TJPB
A Corregedoria do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) apontou indícios de irregularidades na produtividade de seis juízes na Paraíba. O documento faz parte de uma investigação interna referente ao processo de promoção de juízes para o cargo de desembargador.
Segundo o relatório, no qual o g1 teve acesso, alguns comportamentos por parte dos magistrados podem distorcer os principais indicadores estatísticos utilizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para medir a eficiência dos magistrados. Os juízes são candidatos à promoção por merecimento ao cargo de desembargador.
O relatório aponta que alguns magistrados registraram algumas sentenças fictícias ou duplicadas para aumentar a pontuação. Além disso foram observados decisões interlocutórias, ou seja, tomadas durante o processo, classificadas como sentenças. Teve também arquivamentos realizados fora do momento processual adequado.
Em julho, a Corregedoria do TJ paralisou o edital de promoção. A apuração começou no início de abril, após denúncia apresentada pelo desembargador Aluízio Bezerra Filho. A representação foi enviada ao presidente do TJPB, Fred Coutinho, que encaminhou o caso à corregedoria do órgão.
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Por meio de nota, a Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB) disse que contesta qualquer interpretação de irregularidades que impliquem em má conduta dos magistrados e que “não se pode confundir erro técnico – natural em qualquer sistema complexo, especialmente em período de adequação – com fraude ou desvio ético”.
A Rede Paraíba também entrou em contato com os seis juízes apontados no relatório como suspeitos das práticas atípicas.
O juiz Carlos Antônio Sarmento destacou que os achados da análise técnica da Corregedoria decorreram de erros pontuais de movimentação. A juíza Rita de Cássia disse que só terá condições de se manifestar "com a devida clareza e transparência" sobre o relatório após ter acesso à íntegra do documento.
Dois magistrados, José Célio de Lacerda Sá e José Herbert Luna Lisboa, responderam ao com a nota divulgada pela Associação dos Magistrados da Paraíba (AMPB) sobre o caso. Já os juízes Alexandre Targino Gomes Falcão e Eslu Eloy Filho ainda não se pronunciaram publicamente e o g1 não conseguiu contato.
As irregularidades apontadas no relatório
O relatório, assinado pelo corregedor-geral, desembargador Leandro dos Santos, destacou que não há imputação de responsabilidade neste momento, mas alertou para a necessidade de ajustes metodológicos na apuração da produtividade.
Foram encontrados três tipos de indícios de irregularidades desses juízes, que são os seguintes:
Movimentações múltiplas com o objetivo de inflar artificialmente a produtividade;
Arquivamentos processuais indevidos para reduzir o tempo médio de tramitação e melhorar indicadores;
Pedidos de inclusão em pauta nas Turmas Recursais com adiamentos sucessivos e sem justificativas claras.
A equipe técnica da Corregedoria analisou 733 processos por amostragem.
O relatório também apontou:
Utilização de movimentações como “outras decisões” ou “diligência ordenada” sem conteúdo correspondente;
Pautas com longos prazos ou adiamentos injustificados que evitam contagem de prazo excessivo.
Para a apuração desse suposto caso de irregularidades, a Corregedoria do TJ também se baseou na produtividade dos juízes, adotando uma referência com um limite de tolerância de 20% para eventuais erros. Os magistrados que ultrapassaram esse índice serão ouvidos sobre as incongruências.
A Corregedoria apontou as seguintes produtividades dos juízes, considerando essa referência:
José Célio de Lacerda Sá - 61,90% de erros;
José Herbert Luna Lisboa - 60%;
Rita de Cássia Martins Andrade - 57,50%;
Carlos Antônio Sarmento - 47,50%;
Alexandre Targino Gomes Falcão - 47,50%;
Eslu Eloy Filho - 27,50%
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