O que são os minerais críticos e como novo interesse dos EUA pode mudar negociação do Brasil sobre tarifaço

Depois da chantagem tarifária, EUA avisam que querem minerais encontrados no Brasil
Os interesses de Donald Trump no Brasil ganharam um item adicional a oito dias da data-limite que ele estabeleceu para impor o tarifaço. Além de pretender livrar Jair Bolsonaro do julgamento por tentativa de golpe, Trump também exigia o fim das ações do STF contra as gigantes americanas de tecnologia e das redes sociais.
Nesta quinta-feira (24), os cidadãos brasileiros foram informados de que os Estados Unidos também querem acesso a minerais estratégicos para o setor tecnológico. Riquezas do solo brasileiro como o lítio e o nióbio.
O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, recebeu na quarta-feira (23) os representantes do Instituto Brasileiro de Mineração. Como o cargo de embaixador está vago, Escobar tem representado os interesses americanos no Brasil. Segundo o instituto, ele deixou claro que os Estados Unidos estão interessados em realizar acordos com o Brasil para a aquisição de minerais considerados estratégicos.
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann, disse que explicou ao encarregado americano que a negociação tem que envolver o governo federal.
"Eles reafirmaram esse interesse mostrando realmente que eles estão preocupados e que eles têm interesse e nós sabemos que eles realmente precisam de terras raras, está certo. Eu respondi a eles que como a constituição brasileira determina que o subsolo leia-se os minerais são da união que essa é uma pauta do governo, que nós estávamos preocupados em estreitar uma pauta e fazer contrapartidas com o setor privado e também com o congresso americano. Evidentemente que pode vir a ser uma carta a mais na manga da negociação para os brasileiros, mas isso repito: depende do que o presidente e o nosso negociador chave venham a propor".
Não é de hoje que o governo americano tem interesse em minerais estratégicos, como lítio, nióbio e nas chamadas terras raras - elementos químicos usados na produção de baterias, de equipamentos eletrônicos e militares.
Antes mesmo de tomar posse em janeiro, Donald Trump deu início a uma estratégia de pressão sobre países ricos em terras raras. Vem insistindo em controlar a Groenlândia, que pertence à Dinamarca. A Groenlândia tem 25 dos 34 minerais considerados críticos, o que inclui terras raras.
Logo no começo do mandato, Trump exigiu que a Ucrânia cedesse terras raras para os Estados Unidos como um pagamento por toda a ajuda americana enviada na guerra contra a Rússia.
Um acordo chegou a ficar ameaçado depois de um bate boca entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca - mas foi fechado em abril prevendo que os Estados Unidos tenham preferência na exploração de terras raras ucranianas por 10 anos.
E o presidente americano tenta costurar acordo com o maior rival geopolítico, a China.
Segundo especialistas, a grande importância das terras raras é que essas substâncias são essenciais na fabricação de produtos estratégicos de comunicação e bélicos e são insubstituíveis. Dominar a extração representa importância fundamental na geopolítica mundial. E é difícil encontrar minas onde a extração seja economicamente viável.
O Brasil, de acordo com o Serviço Geológico Americano, tem a segunda maior reserva de terras raras do planeta. A maior fica na China.
O Ministério de Minas e Energia afirma que a reserva brasileira tem cerca de 21 milhões de toneladas. Atualmente a produção nacional corresponde a apenas 1% da produção mundial.
Não houve contato direto do governo americano com o governo brasileiro sobre terras raras. A informação sobre o interesse só chegou via Instituto de Mineração.
Em evento no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a soberania brasileira e citou minérios entre outras riquezas nacionais.
"Nós temos todo o nosso ouro para proteger. Nós temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano".
Encarregado da embaixada americana diz que EUA querem acesso a minerais brasileiros estratégicos para setor tecnológico
Reprodução/TV Globo
LEIA TAMBÉM:
Encarregado da embaixada dos EUA diz que país tem interesse em minerais críticos do Brasil, relata presidente de instituto
Minerais estratégicos são do povo brasileiro, e exploração tem que seguir a lei, diz presidente de instituto
Os interesses de Donald Trump no Brasil ganharam um item adicional a oito dias da data-limite que ele estabeleceu para impor o tarifaço. Além de pretender livrar Jair Bolsonaro do julgamento por tentativa de golpe, Trump também exigia o fim das ações do STF contra as gigantes americanas de tecnologia e das redes sociais.
Nesta quinta-feira (24), os cidadãos brasileiros foram informados de que os Estados Unidos também querem acesso a minerais estratégicos para o setor tecnológico. Riquezas do solo brasileiro como o lítio e o nióbio.
O encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, recebeu na quarta-feira (23) os representantes do Instituto Brasileiro de Mineração. Como o cargo de embaixador está vago, Escobar tem representado os interesses americanos no Brasil. Segundo o instituto, ele deixou claro que os Estados Unidos estão interessados em realizar acordos com o Brasil para a aquisição de minerais considerados estratégicos.
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração, Raul Jungmann, disse que explicou ao encarregado americano que a negociação tem que envolver o governo federal.
"Eles reafirmaram esse interesse mostrando realmente que eles estão preocupados e que eles têm interesse e nós sabemos que eles realmente precisam de terras raras, está certo. Eu respondi a eles que como a constituição brasileira determina que o subsolo leia-se os minerais são da união que essa é uma pauta do governo, que nós estávamos preocupados em estreitar uma pauta e fazer contrapartidas com o setor privado e também com o congresso americano. Evidentemente que pode vir a ser uma carta a mais na manga da negociação para os brasileiros, mas isso repito: depende do que o presidente e o nosso negociador chave venham a propor".
Não é de hoje que o governo americano tem interesse em minerais estratégicos, como lítio, nióbio e nas chamadas terras raras - elementos químicos usados na produção de baterias, de equipamentos eletrônicos e militares.
Antes mesmo de tomar posse em janeiro, Donald Trump deu início a uma estratégia de pressão sobre países ricos em terras raras. Vem insistindo em controlar a Groenlândia, que pertence à Dinamarca. A Groenlândia tem 25 dos 34 minerais considerados críticos, o que inclui terras raras.
Logo no começo do mandato, Trump exigiu que a Ucrânia cedesse terras raras para os Estados Unidos como um pagamento por toda a ajuda americana enviada na guerra contra a Rússia.
Um acordo chegou a ficar ameaçado depois de um bate boca entre Trump e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky na Casa Branca - mas foi fechado em abril prevendo que os Estados Unidos tenham preferência na exploração de terras raras ucranianas por 10 anos.
E o presidente americano tenta costurar acordo com o maior rival geopolítico, a China.
Segundo especialistas, a grande importância das terras raras é que essas substâncias são essenciais na fabricação de produtos estratégicos de comunicação e bélicos e são insubstituíveis. Dominar a extração representa importância fundamental na geopolítica mundial. E é difícil encontrar minas onde a extração seja economicamente viável.
O Brasil, de acordo com o Serviço Geológico Americano, tem a segunda maior reserva de terras raras do planeta. A maior fica na China.
O Ministério de Minas e Energia afirma que a reserva brasileira tem cerca de 21 milhões de toneladas. Atualmente a produção nacional corresponde a apenas 1% da produção mundial.
Não houve contato direto do governo americano com o governo brasileiro sobre terras raras. A informação sobre o interesse só chegou via Instituto de Mineração.
Em evento no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a soberania brasileira e citou minérios entre outras riquezas nacionais.
"Nós temos todo o nosso ouro para proteger. Nós temos todos os minerais ricos que vocês querem para proteger. E aqui ninguém põe a mão. A única coisa que eu peço ao governo americano é que respeite o povo brasileiro como eu respeito o povo americano".
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Reprodução/TV Globo
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