O que é a lista de Epstein e qual a relação de Trump com o caso

EUA antecipam recesso do legislativo pra evitar a votação sobre arquivos do caso Epstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta uma turbulência política por causa da chamada “Lista de Epstein”. Desde o início do mês, o republicano tem sido pressionado até por aliados por não cumprir a promessa de divulgar o documento. Mas afinal, o que é essa lista?
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Para entender, é preciso lembrar quem foi Jeffrey Epstein. O bilionário tinha conexões com figuras influentes do mundo político, financeiro e artístico. Ele morreu em 2019, em uma prisão em Nova York, acusado de comandar uma rede de abuso sexual contra dezenas de meninas menores de idade.
▶️ É de conhecimento público que Trump e Epstein foram amigos nas décadas de 1990 e 2000. O atual presidente nunca foi investigado sobre o caso e afirma ter se afastado do bilionário quando as denúncias de abuso sexual vieram à tona.
Durante a campanha de 2024, Trump prometeu mais de uma vez que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre as investigações do caso. Durante uma entrevista, ele disse ser “muito estranho” que uma lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.
É muito interessante, não é?”, afirmou. Trump também garantiu que “não teria problema” em revelar os nomes.
? Ou seja, a Lista de Epstein seria um suposto documento com nomes de pessoas envolvidas no escândalo sexual — algo que nunca foi oficialmente confirmado.
Em fevereiro, o governo dos EUA divulgou uma série de arquivos sobre o caso. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a dizer que uma lista de clientes de Epstein estava em sua “mesa para ser revisada”.
Mas uma reviravolta começou nos meses seguintes:
Em junho, o bilionário Elon Musk fez com que o caso voltasse à mídia durante uma briga pública com Trump.
À época, ele publicou no X que o nome do presidente aparecia nos arquivos de investigação. O post acabou sendo apagado, e Musk pediu desculpas.
Um mês depois, o Departamento de Justiça dos EUA divulgou uma nota oficial afirmando que Epstein cometeu suicídio e que o FBI não encontrou provas da existência de uma "lista de clientes".
A declaração frustrou apoiadores de Trump, muitos dos quais espalham teorias da conspiração sobre o caso — algumas impulsionadas pelo próprio presidente.
A cobrança dentro da própria base irritou Trump. Na semana passada, ele chamou a “Lista de Epstein” de “farsa“ e “bobagem“, acusando a “esquerda radical” de alimentar boatos. Mas esse discurso ainda não colou.
Nesta quarta-feira (23), uma reportagem do jornal "Wall Street Journal" revelou que, em maio, o Departamento de Justiça dos EUA avisou Trump de que seu nome aparecia nos arquivos da investigação.
"Eles disseram ao presidente que os arquivos continham o que as autoridades consideraram ser boatos não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que haviam socializado com Epstein no passado", afirma o texto.
A Casa Branca disse que a reportagem do jornal é "fake news".
Nesta reportagem você vai ver também:
Quem foi Jeffrey Epstein?
Como funcionava o esquema?
Como foi a investigação e prisão de Epstein?
Quais nomes foram revelados no caso?
O que Trump tem a ver com Epstein?
1. Quem foi Jeffrey Epstein?
Jeffrey Epstein
Jornal Nacional/ Reprodução
Segundo as investigações, Epstein abusou de dezenas de meninas menores de idade no início dos anos 2000. Ele foi preso pelos crimes em 2019, mas tirou a própria vida dentro da prisão um mês após ser detido.
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008.
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2. Como funcionava o esquema?
Segundo a acusação, entre 2002 e 2005, Epstein pagava em dinheiro para que meninas fossem até imóveis dele e realizassem atos sexuais. As menores também eram contratadas para recrutar outras garotas para a mesma finalidade.
Dezenas de mulheres acusaram Epstein de forçá-las a prestar serviços sexuais a ele e a seus convidados em uma ilha particular no Caribe e nas casas que ele tinha em Nova York, na Flórida e no Novo México.
Segundo o governo dos Estados Unidos, o bilionário explorou sexualmente mais de 250 meninas menores de idade.
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3. Como foi a investigação e prisão de Epstein?
Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York
New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS
Epstein foi investigado pela primeira vez em 2005, após a polícia de Palm Beach, na Flórida, receber denúncias de abusos sexuais contra garotas menores de idade. Na época, ele alegou que os encontros foram consensuais e que acreditava que as vítimas tinham 18 anos.
Segundo a acusação, o bilionário abusou de menores ou recrutou garotas para atos sexuais entre 2002 e 2005. Em 2008, ele se declarou culpado do crime de exploração de menores e fechou um acordo para cumprir 13 meses de prisão e pagar indenizações às vítimas.
Em fevereiro de 2019, um juiz distrital da Flórida alegou que o acordo era ilegal. Em julho do mesmo ano, ele foi preso e criminalmente acusado por abuso de menores e por operar uma rede de exploração sexual.
À época, promotores federais argumentaram que Epstein deveria permanecer detido até o julgamento. Eles argumentaram que a "riqueza exorbitante" do empresário, além da posse de aviões privados e os laços internacionais que ele tinha, poderiam facilitar uma fuga.
Epstein foi encontrado morto na prisão em agosto de 2019. A autópsia concluiu que ele tirou a própria vida. Dois dias antes de morrer, o bilionário assinou um testamento deixando um patrimônio avaliado em mais de US$ 577 milhões.
Após a morte do empresário, as acusações contra ele foram retiradas. No entanto, os procuradores afirmaram que poderiam acusar outras pessoas envolvidas no esquema. Advogados das vítimas também prometeram buscar indenização nos tribunais.
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4. Quais nomes foram revelados no caso?
O ex-presidente Bill Clinton em discurso na convenção democrata, em 21 de agosto de 2024
REUTERS/Kevin Wurm
Em 2024, o caso ganhou novas dimensões após a divulgação de documentos judiciais. À época, descobriu-se que mais de 150 nomes foram citados no processo.
Os arquivos revelados fazem parte de um processo de difamação movido por Virginia Giuffre, principal acusadora de Epstein, contra Ghislaine Maxwell, ex-namorada do bilionário. Ghislaine foi condenada por recrutar meninas menores de idade para a rede de exploração sexual do bilionário.
Entre os nomes citados no caso estão o de Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e o do príncipe britânico Andrew.
Em depoimento de 2016, uma das vítimas relatou que Epstein mencionou que Clinton "gostava de jovens". Um porta-voz do ex-presidente confirmou que ele viajou no avião particular de Epstein, mas negou qualquer envolvimento com os "crimes terríveis" do milionário.
Outra testemunha relatou que, em 2001, o príncipe Andrew colocou a mão em seu seio durante um encontro na casa de Epstein em Manhattan. O próprio Andrew negou qualquer envolvimento.
Apesar de não enfrentar acusações criminais, príncipe perdeu a maioria de seus títulos reais. Em 2023, ele fechou um acordo judicial com Virginia Giuffre por uma quantia não revelada e negou envolvimento no caso.
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5. O que Trump tem a ver com Epstein?
Nome de Trump aparece em registros de voos ligados à Epstein
Reprodução
Os documentos revelados em fevereiro deste ano somam cerca de 200 páginas e revelam registros de voos, uma lista de evidências e outros nomes ligados a Epstein. Nenhum deles é a lista de clientes.
Entre os registros de voo, aparecem os nomes de várias pessoas conhecidas, como famosos e empresários, incluindo anotações para "Donald Trump".
Em duas delas, de maio de 1994, o nome de Trump aparece ao lado do de outras pessoas, como o de Marla Maples, ex-esposa do presidente, e o da filha Tiffany. O registro também mostra as iniciais "JE", que seriam de "Jeffrey Epstein", segundo a imprensa americana.
Nunca houve, ao longo das investigações, nenhuma evidência de que o presidente tenha envolvimentos em crimes ligados a Epstein. Inclusive, é de conhecimento público que os dois foram amigos entre as décadas de 1990 e 2000.
Já na lista de provas, por exemplo, estão dezenas de itens apreendidos pelas autoridades durante a investigação, como câmeras, computadores, fotos de mulheres, documentos e mídias eletrônicas.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enfrenta uma turbulência política por causa da chamada “Lista de Epstein”. Desde o início do mês, o republicano tem sido pressionado até por aliados por não cumprir a promessa de divulgar o documento. Mas afinal, o que é essa lista?
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Para entender, é preciso lembrar quem foi Jeffrey Epstein. O bilionário tinha conexões com figuras influentes do mundo político, financeiro e artístico. Ele morreu em 2019, em uma prisão em Nova York, acusado de comandar uma rede de abuso sexual contra dezenas de meninas menores de idade.
▶️ É de conhecimento público que Trump e Epstein foram amigos nas décadas de 1990 e 2000. O atual presidente nunca foi investigado sobre o caso e afirma ter se afastado do bilionário quando as denúncias de abuso sexual vieram à tona.
Durante a campanha de 2024, Trump prometeu mais de uma vez que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre as investigações do caso. Durante uma entrevista, ele disse ser “muito estranho” que uma lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada.
É muito interessante, não é?”, afirmou. Trump também garantiu que “não teria problema” em revelar os nomes.
? Ou seja, a Lista de Epstein seria um suposto documento com nomes de pessoas envolvidas no escândalo sexual — algo que nunca foi oficialmente confirmado.
Em fevereiro, o governo dos EUA divulgou uma série de arquivos sobre o caso. A procuradora-geral de Trump, Pam Bondi, chegou a dizer que uma lista de clientes de Epstein estava em sua “mesa para ser revisada”.
Mas uma reviravolta começou nos meses seguintes:
Em junho, o bilionário Elon Musk fez com que o caso voltasse à mídia durante uma briga pública com Trump.
À época, ele publicou no X que o nome do presidente aparecia nos arquivos de investigação. O post acabou sendo apagado, e Musk pediu desculpas.
Um mês depois, o Departamento de Justiça dos EUA divulgou uma nota oficial afirmando que Epstein cometeu suicídio e que o FBI não encontrou provas da existência de uma "lista de clientes".
A declaração frustrou apoiadores de Trump, muitos dos quais espalham teorias da conspiração sobre o caso — algumas impulsionadas pelo próprio presidente.
A cobrança dentro da própria base irritou Trump. Na semana passada, ele chamou a “Lista de Epstein” de “farsa“ e “bobagem“, acusando a “esquerda radical” de alimentar boatos. Mas esse discurso ainda não colou.
Nesta quarta-feira (23), uma reportagem do jornal "Wall Street Journal" revelou que, em maio, o Departamento de Justiça dos EUA avisou Trump de que seu nome aparecia nos arquivos da investigação.
"Eles disseram ao presidente que os arquivos continham o que as autoridades consideraram ser boatos não verificados sobre muitas pessoas, incluindo Trump, que haviam socializado com Epstein no passado", afirma o texto.
A Casa Branca disse que a reportagem do jornal é "fake news".
Nesta reportagem você vai ver também:
Quem foi Jeffrey Epstein?
Como funcionava o esquema?
Como foi a investigação e prisão de Epstein?
Quais nomes foram revelados no caso?
O que Trump tem a ver com Epstein?
1. Quem foi Jeffrey Epstein?
Jeffrey Epstein
Jornal Nacional/ Reprodução
Segundo as investigações, Epstein abusou de dezenas de meninas menores de idade no início dos anos 2000. Ele foi preso pelos crimes em 2019, mas tirou a própria vida dentro da prisão um mês após ser detido.
Epstein conviveu com milionários de Wall Street, membros da realeza e celebridades antes de se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008.
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2. Como funcionava o esquema?
Segundo a acusação, entre 2002 e 2005, Epstein pagava em dinheiro para que meninas fossem até imóveis dele e realizassem atos sexuais. As menores também eram contratadas para recrutar outras garotas para a mesma finalidade.
Dezenas de mulheres acusaram Epstein de forçá-las a prestar serviços sexuais a ele e a seus convidados em uma ilha particular no Caribe e nas casas que ele tinha em Nova York, na Flórida e no Novo México.
Segundo o governo dos Estados Unidos, o bilionário explorou sexualmente mais de 250 meninas menores de idade.
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3. Como foi a investigação e prisão de Epstein?
Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York
New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS
Epstein foi investigado pela primeira vez em 2005, após a polícia de Palm Beach, na Flórida, receber denúncias de abusos sexuais contra garotas menores de idade. Na época, ele alegou que os encontros foram consensuais e que acreditava que as vítimas tinham 18 anos.
Segundo a acusação, o bilionário abusou de menores ou recrutou garotas para atos sexuais entre 2002 e 2005. Em 2008, ele se declarou culpado do crime de exploração de menores e fechou um acordo para cumprir 13 meses de prisão e pagar indenizações às vítimas.
Em fevereiro de 2019, um juiz distrital da Flórida alegou que o acordo era ilegal. Em julho do mesmo ano, ele foi preso e criminalmente acusado por abuso de menores e por operar uma rede de exploração sexual.
À época, promotores federais argumentaram que Epstein deveria permanecer detido até o julgamento. Eles argumentaram que a "riqueza exorbitante" do empresário, além da posse de aviões privados e os laços internacionais que ele tinha, poderiam facilitar uma fuga.
Epstein foi encontrado morto na prisão em agosto de 2019. A autópsia concluiu que ele tirou a própria vida. Dois dias antes de morrer, o bilionário assinou um testamento deixando um patrimônio avaliado em mais de US$ 577 milhões.
Após a morte do empresário, as acusações contra ele foram retiradas. No entanto, os procuradores afirmaram que poderiam acusar outras pessoas envolvidas no esquema. Advogados das vítimas também prometeram buscar indenização nos tribunais.
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4. Quais nomes foram revelados no caso?
O ex-presidente Bill Clinton em discurso na convenção democrata, em 21 de agosto de 2024
REUTERS/Kevin Wurm
Em 2024, o caso ganhou novas dimensões após a divulgação de documentos judiciais. À época, descobriu-se que mais de 150 nomes foram citados no processo.
Os arquivos revelados fazem parte de um processo de difamação movido por Virginia Giuffre, principal acusadora de Epstein, contra Ghislaine Maxwell, ex-namorada do bilionário. Ghislaine foi condenada por recrutar meninas menores de idade para a rede de exploração sexual do bilionário.
Entre os nomes citados no caso estão o de Bill Clinton, ex-presidente dos Estados Unidos, e o do príncipe britânico Andrew.
Em depoimento de 2016, uma das vítimas relatou que Epstein mencionou que Clinton "gostava de jovens". Um porta-voz do ex-presidente confirmou que ele viajou no avião particular de Epstein, mas negou qualquer envolvimento com os "crimes terríveis" do milionário.
Outra testemunha relatou que, em 2001, o príncipe Andrew colocou a mão em seu seio durante um encontro na casa de Epstein em Manhattan. O próprio Andrew negou qualquer envolvimento.
Apesar de não enfrentar acusações criminais, príncipe perdeu a maioria de seus títulos reais. Em 2023, ele fechou um acordo judicial com Virginia Giuffre por uma quantia não revelada e negou envolvimento no caso.
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5. O que Trump tem a ver com Epstein?
Nome de Trump aparece em registros de voos ligados à Epstein
Reprodução
Os documentos revelados em fevereiro deste ano somam cerca de 200 páginas e revelam registros de voos, uma lista de evidências e outros nomes ligados a Epstein. Nenhum deles é a lista de clientes.
Entre os registros de voo, aparecem os nomes de várias pessoas conhecidas, como famosos e empresários, incluindo anotações para "Donald Trump".
Em duas delas, de maio de 1994, o nome de Trump aparece ao lado do de outras pessoas, como o de Marla Maples, ex-esposa do presidente, e o da filha Tiffany. O registro também mostra as iniciais "JE", que seriam de "Jeffrey Epstein", segundo a imprensa americana.
Nunca houve, ao longo das investigações, nenhuma evidência de que o presidente tenha envolvimentos em crimes ligados a Epstein. Inclusive, é de conhecimento público que os dois foram amigos entre as décadas de 1990 e 2000.
Já na lista de provas, por exemplo, estão dezenas de itens apreendidos pelas autoridades durante a investigação, como câmeras, computadores, fotos de mulheres, documentos e mídias eletrônicas.
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