'Comprou cartucho de mim': conversa gravada na prisão levou PF a identificar o mandante das mortes de Bruno e Dom Phillips

PF diz que "Colômbia" é o mandante dos assassinatos de Bruno e Dom
Em julho de 2022, Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, tentou se antecipar à investigação e foi à polícia esclarecer que não tinha nada a ver com as mortes do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em uma emboscada no Vale do Javari.
A Polícia Federal já tinha indícios de que ele chefiava uma quadrilha de pesca ilegal em terras indígenas. Colômbia foi preso porque usava documento falso e ficou na mesma cela dos assassinos dos ambientalistas, Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Jeferson da Silva Lima. A PF viu ali uma oportunidade de conseguir provar que Colômbia seria o mandante dos assassinatos e, com autorização judicial, instalou escutas ambientais na cela. (Veja no vídeo acima.)
Mesmo desconfiando que estava sendo gravado, Colômbia deixou escapar algumas frases que ajudaram a PF a entender melhor o crime. "Tu falou alguma coisa do cartucho? Que tu comprou cartucho de mim?", questiona o suspeito em determinado momento a um dos companheiros de cela.
A frase revela que Colômbia teria ajudado os criminosos ao garantir a munição que foi usada para cometer os assassinatos. "Os indícios comprovam que Colômbia financiou a própria execução do crime, entregando munição para os assassinos", diz Sávio Pinzon, delegado da Polícia Federal no Amazonas, que participou da investigação.
PF usou escutas na cela para desvendar assassinatos de Bruno e Dom
Reprodução/TV Globo
Em outro momento, Colômbia e Amarildo conversam sobre o advogado contratado para defender Amarildo. "Eles estão pressionando sobre o advogado que eu paguei", diz Colômbia. "Sobre o meu, né? Eu disse que tu não pagou, não. Foi minha família", responde Amarildo.
Segundo Pinzon, Colômbia desejava a morte de Bruno para evitar prejuízos à sua atividade criminosa.
"Ele queria se vingar e ele desejava a morte, desejava que o Bruno fosse eliminado para que não causasse prejuízo à sua atividade ilícita de pesca."
Amarildo e Jefferson são réus no processo e participaram das reconstituições dos crimes, confessando a execução e a ocultação dos corpos. Já Colômbia será julgado separadamente como mandante das mortes.
Em nota, a defesa de Colômbia afirma que as provas não são suficientes para se concluir que Colômbia é culpado e afirma também que ele não teve qualquer participação nos crimes apurados.
Legado e luta por justiça
O jornalista Dom Phillips estava escrevendo um livro sobre a Amazônia. O projeto foi concluído por colegas e especialistas e recebeu o título “Como salvar a Amazônia”.
“O livro tem uma visão otimista de que ainda é possível salvar a Amazônia", diz Rafael Fagundes Pinto, advogado da família de Dom.
“É importante que não só os executores e o mandante direto, mas toda a rede criminosa envolvida nesse crime seja desmantelada", ressalta Beatriz de Almeida Matos, viúva de Bruno.
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Em julho de 2022, Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como Colômbia, tentou se antecipar à investigação e foi à polícia esclarecer que não tinha nada a ver com as mortes do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, em uma emboscada no Vale do Javari.
A Polícia Federal já tinha indícios de que ele chefiava uma quadrilha de pesca ilegal em terras indígenas. Colômbia foi preso porque usava documento falso e ficou na mesma cela dos assassinos dos ambientalistas, Amarildo da Costa Oliveira, o Pelado, e Jeferson da Silva Lima. A PF viu ali uma oportunidade de conseguir provar que Colômbia seria o mandante dos assassinatos e, com autorização judicial, instalou escutas ambientais na cela. (Veja no vídeo acima.)
Mesmo desconfiando que estava sendo gravado, Colômbia deixou escapar algumas frases que ajudaram a PF a entender melhor o crime. "Tu falou alguma coisa do cartucho? Que tu comprou cartucho de mim?", questiona o suspeito em determinado momento a um dos companheiros de cela.
A frase revela que Colômbia teria ajudado os criminosos ao garantir a munição que foi usada para cometer os assassinatos. "Os indícios comprovam que Colômbia financiou a própria execução do crime, entregando munição para os assassinos", diz Sávio Pinzon, delegado da Polícia Federal no Amazonas, que participou da investigação.
PF usou escutas na cela para desvendar assassinatos de Bruno e Dom
Reprodução/TV Globo
Em outro momento, Colômbia e Amarildo conversam sobre o advogado contratado para defender Amarildo. "Eles estão pressionando sobre o advogado que eu paguei", diz Colômbia. "Sobre o meu, né? Eu disse que tu não pagou, não. Foi minha família", responde Amarildo.
Segundo Pinzon, Colômbia desejava a morte de Bruno para evitar prejuízos à sua atividade criminosa.
"Ele queria se vingar e ele desejava a morte, desejava que o Bruno fosse eliminado para que não causasse prejuízo à sua atividade ilícita de pesca."
Amarildo e Jefferson são réus no processo e participaram das reconstituições dos crimes, confessando a execução e a ocultação dos corpos. Já Colômbia será julgado separadamente como mandante das mortes.
Em nota, a defesa de Colômbia afirma que as provas não são suficientes para se concluir que Colômbia é culpado e afirma também que ele não teve qualquer participação nos crimes apurados.
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O jornalista Dom Phillips estava escrevendo um livro sobre a Amazônia. O projeto foi concluído por colegas e especialistas e recebeu o título “Como salvar a Amazônia”.
“O livro tem uma visão otimista de que ainda é possível salvar a Amazônia", diz Rafael Fagundes Pinto, advogado da família de Dom.
“É importante que não só os executores e o mandante direto, mas toda a rede criminosa envolvida nesse crime seja desmantelada", ressalta Beatriz de Almeida Matos, viúva de Bruno.
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