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Após bater recorde de exportações, empresários de Rio Preto temem prejuízo com tarifaço de Trump

Após bater recorde de exportações, empresários de Rio Preto temem prejuízo com tarifaço de Trump
Rio Preto tem número recorde de exportações no 1º semestre de 2025
São José do Rio Preto (SP) encerrou o primeiro semestre de 2025 com números recordes nas exportações: aumento de quase 40% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, o total embarcado chegou a US$ 32,2 milhões, o equivalente a R$ 180 milhões.
Mas o bom desempenho veio acompanhado de incertezas geradas pela nova tarifa imposta pelo governo dos Estados Unidos, o que pode frear esse crescimento.
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O presidente norte-americano Donald Trump anunciou uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros, em carta pública enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida está prevista para entrar em vigor no dia 1º de agosto. A resposta brasileira, segundo Lula, será pautada pela Lei da Reciprocidade Econômica.
A decisão dos EUA já preocupa empresários e especialistas no noroeste paulista, especialmente em cidades com forte vocação exportadora, como Rio Preto, Andradina (SP) e José Bonifácio (SP). Juntas, elas movimentaram milhões de dólares em vendas para o mercado americano neste ano, sendo mais de US$ 9 milhões, quase US$ 33 milhões e cerca de US$ 20 milhões, respectivamente.
Cidades que mais se destacam em exportação no noroeste paulista são: Andradina, José Bonifácio e São José do Rio Preto
Reprodução/TV TEM
Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico de São José do Rio Preto, Mário Welber, o crescimento no primeiro semestre se refletiu em emprego e renda. "Alguns milhões de dólares entraram na 'veia' da nossa economia", destaca.
Entre os principais produtos exportados por empresas da região estão cosméticos e carne bovina. Uma indústria de Cedral (SP), por exemplo, já envia cosméticos para seis países e prevê crescimento de 60% nas exportações este ano.
"Temos boa aceitação fora do país. Só neste ano, nosso faturamento já cresceu 30%", afirma Giba Júnior, diretor comercial da empresa.
Empresa em Cedral produz mais de 400 tipos de cosméticos para pele, que são exportados para seis países diferentes
Reprodução/TV TEM
Mas a expectativa positiva para o segundo semestre pode ser revertida. Paulo Narcizo Rodrigues, despachante aduaneiro, estima que a balança comercial regional, que poderia fechar o ano com US$ 60 milhões, deve ficar abaixo de US$ 40 milhões caso a tarifa se mantenha.
"Parando a exportação, não é só o comércio exterior que para. Indústrias vão demitir, o setor logístico será afetado, e a economia da região vai estagnar", alerta.
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Segundo dados do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços do Governo Federal, Rio Preto faturou mais no primeiro semestre de 2025, em comparação com o ano passado
Reprodução/TV TEM
Setor de carnes no Brasil
O impacto no setor de carnes preocupa especialmente. Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, explica que os EUA já aplicam uma tarifa de 36,4% sobre a carne brasileira e, com os 50% adicionais, o setor considera inviável continuar exportando ao país.
"Frigoríficos praticamente pararam a produção voltada aos EUA e estão buscando outros mercados, que nem sempre oferecem o mesmo preço ou demanda", afirma.
No noroeste paulista, o setor de carnes é um dos mais afetados pelo tarifaço de Trump
Reprodução/TV TEM
A consequência direta é o aumento da oferta interna e a queda de preços. Em um frigorífico de Estrela D'Oeste (SP), por exemplo, o valor pago pelo quilo da carne já caiu 6%.
Em entrevista à TV TEM, Eduardo Gomes, diretor comercial da empresa, alerta que o redirecionamento para novos mercados não é imediato: "Leva tempo até retomar negociações com outros países. Enquanto isso, o volume volta para o mercado interno, o que pressiona os preços para baixo", explica.
Os Estados Unidos são o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China. Produtos como café, carne bovina, suco de laranja, etanol e açúcar estão entre os mais vendidos ao país. Com a tarifa de 50% anunciada, especialistas preveem queda significativa nas exportações e pressão sobre diversos setores produtivos.
A expectativa de empresários e autoridades regionais é que o tarifaço seja suspenso para que as metas de crescimento possam ser mantidas no segundo semestre.
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